Ela ficou nua no baile funk.
Sua cabeça tava mais espalhada que a areia.
A molecada quase não acreditou
Em ver sua bunda branca, peitos caídos,
Seus pentelhos todos raspados...
A noite mal tinha começado...
Verdades mais mentirosas
E cicatrizes ao deus-dará...
Ele deu gritos terríveis na praça num domingo.
Juntou gente para ver o que fez.
Passou no rosto e no corpo o óleo queimado.
Que vazou do carro que estacionou.
Seu riso nervoso e descontrolado...
Perdeu-se a noção de qualquer algo...
O computador entrou em pane
E começou a chorar baixinho...
Ele dançou cheio de cachaça e mel.
Depois de ter fumado mais de um.
E saiu cambaleando sob o temporal.
Sob uma noite escura dormiu na estrada.
E no outro dia só se lembro que cantou...
E que era o mais inútil dos seres...
Eis aqui os restos de comida
Para o banquete da desesperança...
Ela bebeu até vomitar na calçada.
Enquanto falava palavras desconexas.
Só sabe impropérios desconexos com baba.
Qualquer hora vai ser atropelada.
Mas antes vai fazer comida na lata de tinta...
E dormir em seus trapos no chão...
Entre bilhões de choros cotidianos
A máquina da maldade ainda continua...
Ele saiu desesperado pelo mundo afora.
Mandou para o inferno todos os seus anjos.
Quebre logo esse relógio inútil agora.
Sou um cão circulando em sua calda.
Ele não vai desistir até que se estrebuche no chão...
E vá para o inferno que mais mereça...
Os versos acabaram caindo todos no chão
E se misturaram com a merda do mundo...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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