Sou livre para escolher as correntes que quiser...
Fazer minhas merdas do jeito que achar melhor...
Escolher o caminho mais longo para caminhar...
Aprontar as armadilhas que vão usar comigo...
Nessa manhã suave chamada vida...
Posso optar por ter os meus piores amigos...
Posso fazer da mentira um hábito incurável...
Ferir-me com a total falta de alguma ternura...
Brincar da maneira mais perigosa possível...
Nessa manhã suave chamada vida...
Rolar satisfeito entre cacos de vidro e pregos...
Experimentar a eficácia de diversos venenos...
Aceitar ir jantar junto com os canibais...
Nadar num rio totalmente infestado de piranhas...
Nessa manhã suave chamada vida...
Talvez fosse legal passar férias na cracolândia...
O melhor dos ofícios hoje é a desonestidade...
A fome alheia é o maior dos divertimentos...
As nossas fábricas inventam novos demônios...
Nessa manhã suave chamada vida...
Não tratar da minha saúde como devia...
Desprezar tudo que está em minha volta...
Pintar minha gaiola com a minha cor favorita...
Ter a mesma opinião idiota que todos tiverem...
Nessa manhã suave chamada vida...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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