Nada de nada de nada
a canção interrompida
a festa adiada...
E eu entre minhas dúvidas e meus desafetos
entre meus desejos aéreos e sonhos concretos
concretismo sim, o mais puro concretismo
de mãos desarmadas e o mais puro cinismo
a tentativa que falha e o alvo não-acertado
esse temporal poderia estar terminado...
Nada de nada de nada
o mar sem onda alguma
e a serra pelada...
Tudo bem parecido e o diferente sempre igual
vamos bater palmas para o paciente terminal
pois eis aqui essa tão nova e tão vã filosofia
de transformar o velho pássaro em montaria
fazer um quadro de rabiscos incompreensíveis
enquanto vivemos todos os dilemas mais risíveis...
Nada do nada do nada
não queria nem falar
a fogueira apagada...
Está doendo?
Não foi nada...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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