Não perca nunca o silêncio
E convide o barulho pra dançar.
Um sorriso sem graça no canto da boca
Pode salvar um dia quase morto.
Entramos na máquina do tempo
E agora não podemos sair.
Todos os caminhos poderão
Apenas chegarem na esquina.
Todo plano pode ter dado água abaixo
E os rios às vezes são cruéis.
Repetir pode até ser bom
Só vai depender de qual doce será.
A novidade caiu no chão e quebrou
Na hora do conserto faltou a cola.
Toda verdade é em preto-e-branco
Todo boato possui todas as cores.
No Calvário de um pobre poeta
Choram desesperadas todas as palavras.
No meu funeral foi tão pouca gente
Que até eu esqueci de comparecer.
O resto sempre será apenas resto
Já disse um dia um grande sábio.
Na praça da agonia não achei graça
Para gastar meu escasso riso.
Eu tenho apenas singelos gestos
E os olhos fazem o resto das tarefas.
Vamos alimentar nossos monstros
Antes que ele nos coma também.
Todas as invenções de Hollywood
Não chegam aos pés da realidade.
Encanto de velhas canções já caíram
Da parede e ninguém notou.
Selinho dado às pressas no portão
Para nenhum curioso nos notar.
Desconheço se é amor ou paixão
Nunca fui muito bom em cálculos.
Os espelhos continuam indecisos
Em suas mais simples questões.
Algumas respostas são amargas
Enquanto outras nem tanto assim.
Não perca nunca o silêncio
E convide o barulho pra dançar.
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