sexta-feira, 21 de julho de 2023

Carliniana XVII (Montanhas de Nada)

É o que temos para hoje...

É o que temos para agora...

Meu caro senhor,

Minha cara senhora...

Tudo que é certo - invertido,

O que é bom foi embora...


Nem sabemos se foi...

Não sabemos se veio...

A estética é indecisa,

Sem bonito e nem feio...

Tudo vai para um canto,

Nada anda no meio...


É o que temos para a janta...

É o mesmo que foi o almoço...

É melhor aceitarmos

Sem fazer algum alvoroço...

Tudo o que envelheceu,

Um dia já foi o moço...


Nem sabemos se presta...

Não sabemos se não...

Falamos sempre de amor...

O desejo não tem compaixão...

E a nossa hora chegará,

De irmos para a extinção...


É o que temos para o café...

A mesa já está formada...

Cremos em quase tudo

Com nossa fé abalada...

São tanta as montanhas,

Essas montanhas de nada... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...