A violência de um carinho
Os tentáculos de nós mesmos
Toda fama vai pra cama
Uma prisão que sem portas
Aspirinas no café da manhã
A ginástica é fantástica
Falta uma moeda para o veneno
Toda arte tem seu disfarce
Pegarei com a mão a tentação
Água presa num belo espeto
Idiotas com seus colarinhos
O discurso é um amigo-urso
A filosofia acorda no meio-dia
O demônio se olha no espelho
A maldade e a estética vão juntas
O fundo da agulha faz fagulha
A minha febre tem compromissos
Todos os caminhos erram o tiro
O ás acabou pegando a cor lilás
O pajé acabou perdendo a calma
Eu mergulho de cabeça no cimento
Minhas juras andam às escuras
Vamos abrir um brechó num palheiro
Todos os dias uma nova martelada
A poeira me encontrou e chorou
Milagres sempre serão aceitos
Mais uma naipe para o baralho
Não haverá mais festa na floresta
Os nus artísticos foram desprezados
O meu interesse acabou em amnésia
Um jacaré acabou ficando de pé
Toda infelicidade mora ao lado
A medida de tudo é desmedida
Eva só come maçã de manhã
A falência de um espinho
Os espetáculos de nós mesmos
Toda fama vai pra lama...
Nenhum comentário:
Postar um comentário