O gato de capote
Quebrou o pote
O tigre de bengala
Nem me fala
Terra de ninguém
Quase um harém
Engolindo sapos
Todos sopapos
O meu e o nosso
Eu não posso?
Uma chacina
Lá na esquina
Meçam as palavras
São escravas
A pedra e o martelo
Eu me estatelo
O incenso
Saiu do censo
Jogo peteca
Só de cueca
Vejo miragem
Na carruagem
Cada um nasce
Com seu disfarce
O cão de colete
Cantando em falsete
Fim sem meio
Um gesto feio
Regras modernas
Do tempo das cavernas
Sinto um perfume
Do necrochorume
Simples complicado
Andando de lado
Morri ontem
Debaixo da ponte
Nasci agora
Puxei a escora
O teto na cabeça
Morra e apareça...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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