Ela morrerá...
Cachaceira puta safada
Vagabunda e drogada
Ladra e também viciada
Pra sociedade um nada...
Pra mesma sociedade que disfarça
Que diz tem tanta pena da desgraça
Que paga o tráfico e fabrica a cachaça...
Ela morrerá...
No barraco ou na sarjeta
Rezando ou dando a boceta
De graça ou por uma gorjeta
Sorrindo ou fazendo careta...
Pra mesma sociedade que pena não tem
Que diz que o mal é que o bem
E quando vê a miséria só diz amém...
Ela morrerá...
Miserável suja roubada
Ser humano enganada
Sonha e é também azarada
Pra morte também um nada...
Ela morrerá...
Como todos nós...
(Extraído da obra "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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