Coloco meus dedos na areia
Cada traço - um segundo
Cada segundo - uma eternidade
Acabou de morrer um sonho
Um sorriso se desfez em cinzas
Um outro barco já partiu
Desconhecemos seu rumo
Que tempestades haverão
Tento escrever nesta areia
Mas o vento é um tanto malvado
E acaba atrapalhando tudo
Não tenho palavras para tanto
Não sei se apenas desisto ou choro
Há muitos enigmas para entender
Mas minha alma acaba dormindo
Talvez haja sonho ou pesadelo
Ou os dois num golpe só
As montanhas e os abismos igualmente
Acendo suicidamente um cigarro
Mais pela fumaça do que pela teima
Ele queima igual como vivo
Todos nós iremos para o cinzeiro
Até as lembranças são jogadas fora
Não há reclamações para o destino
Talvez amanhã eu ande pelo quintal
E ache algum pedaço de lembrança
Perdido por aí e eu guarde no bolso...
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