sábado, 22 de julho de 2023

Carliniana XX (Um Quintal de Quandos)

 

Coloco meus dedos na areia

Cada traço - um segundo

Cada segundo - uma eternidade

Acabou de morrer um sonho

Um sorriso se desfez em cinzas

Um outro barco já partiu

Desconhecemos seu rumo

Que tempestades haverão

Tento escrever nesta areia

Mas o vento é um tanto malvado

E acaba atrapalhando tudo

Não tenho palavras para tanto

Não sei se apenas desisto ou choro

Há muitos enigmas para entender

Mas minha alma acaba dormindo

Talvez haja sonho ou pesadelo

Ou os dois num golpe só

As montanhas e os abismos igualmente

Acendo suicidamente um cigarro

Mais pela fumaça do que pela teima

Ele queima igual como vivo

Todos nós iremos para o cinzeiro

Até as lembranças são jogadas fora

Não há reclamações para o destino

Talvez amanhã eu ande pelo quintal

E ache algum pedaço de lembrança

Perdido por aí e eu guarde no bolso...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLV (Indissolúvel)

  Plano A... Plano B... O amor é uma pedra Que teima se dissolver na água Quem poderá consegui-lo? Plano A... Plano B... O pássaro encontrou...