segunda-feira, 3 de julho de 2023

Entreato

 

A meia está rasgada

E a nudez está completa...

A indecisão nos conduz

Para um jardim de delícias...

Os sábios não compreendem

Esta minha loucura...

A sinceridade acabou

Fechando-me os olhos...

Nunca mais direi teu nome

Senão com meus olhos...

Toda languidez acaba 

Dando-me um certo sono...

Duvidosas minhas palavras

Engole-me minha solidão...

Quase morri dia desses

Para provar o meu nada...

Um toque marcial

Invadiu todo ar...

Um ar de tristeza

Acabou sendo tão comum...

Estado perigoso

Para todos que amam...

Para tanto precisamos

De apenas um pouco...

É uma velocidade máxima

Em câmera tão lenta...

Fixei nas fotografias

Todos os meus desenganos...

Uma nova rodada

Para um jogo de vaidades...

Um sorriso tão cínico

Se espalhou pelo ar...

Circunstâncias mais diversas

Compõem como uma pintura...

Uma nudez bêbada

E sem caminho algum...

Escondo-me nesta selva

Feita de simples concreto...

A chave caiu no chão

E acabou se perdendo...

Façamos um brinde solene

Para o nada que chegou agora...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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