Estar em lugar nenhum fazendo nada
Faltam até mosquitos para me atormentar
Águas paradas e incompreensão quase nula
Em desespero acabei fazendo neologismos
Sentir falta daquilo que afinal nunca tive
Como podem ser cruéis como qualquer um
Muito cuidado com letras e seios também
Par de coxas podem ser tais opcionais
Diversos tipos de loucuras fazem fila
Para subir em meu crânio pouco habitado
Quem erra o tiro acabou mesmo errando
Eram dias chuvosos sem nenhuma chuva
Como o objeto mais abjeto que se pode ter
Minha solidão dispensa quaisquer justificativas
Até o dourado acaba perdendo a sua cor
O peso exato de tudo é o mesmo da lápide
As moscas parecem que hoje tiraram folga
Todo segredo é arquitetado para ser exposto
O meu desagrado tem sempre endereço
E os virais apresentam new doenças inventadas
De goela abaixo ou goela acima a mesma droga
Toda quimera carrega seu domingo feito cruz
Espadas cantam solenes o brilho dos metais
Enquanto Pégasos sem asas agora pastam
O vil metal compra um vilão novo por dia
E os nomes acabam se repetindo sem sentido...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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