segunda-feira, 10 de julho de 2023

Bola Quadrada

 

Mística sem mística

Aquilo que não queria é o que tive

Velhas embalagens num monturo

E promessas quebradas sempre

Num velho campo de barro

(Com poeiras de pés, é claro)

Disputa decisiva de campeonato

Tudo é quase permitido

Até sangrar joelhos pelas quedas

Lógica sem lógica

O talento desperdiçado em necessidades

Toda caretice numa pura sacanagem

A nossa rebeldia de nada adiantou

(A grana compra versos sempre)

Os heróis desdizem suas preces

Enquanto a carne é fraca

Como a espuma que não existe mais

Ética sem ética

Gregos e troianos se matam por matar

Tudo que dá lucro acaba virando meta

E um capitalismo hediondo cala bocas

Toda mentira é via de regra

(Como pensar e se arriscar sempre)

Eu jurei mil amores só por jurar

Mas sou apenas mais um dos incapazes

Que vivem claudicando pelas calçadas

Mágica sem mágica

O jogo começou e a bola é quadrada...


(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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