Toda liberdade é ilusória
O céu também tem suas barreiras
Não somos apenas números
O tempo é uma ilusão viciante
A esfinge cumpre seu papel
O passado foi o presente nauseado
O presente fez uma cara de bobo
O futuro esqueceu de pagar a conta
Do Leme ao Pontal tudo é igual
O repórter dá uma boa notícia
E depois enfarta ao vivo e à cores
Vocês querem bacanal?
Então vão roubar na peidaria
O demônio vem hoje para almoçar
Todo dia é dia de mania
Eu fico desnorteado e dessulado
Falta tudo na minha vida
Até o que tenho falta também
O depois acaba me dando porrada
E o talvez quer me matar logo
O meu óbvio é coberto de absurdos
Mais uma letra e acabo vomitando
Quem não gasta paga a conta
Muitos afogamentos são em copos
Os canalhas são a maioria por aqui
Não consigo conter minhas taras
Mas acabei domesticando meu ódio
Agradeço todas as pragas rogadas
E os espinhos que me escolheram
O frevo é o fervo da massa amassada
Vou bloquear até eu mesmo logo
Todo mundo sobrevive até que
Escadas para escorregar e mais mais
Lagos que nunca existiram
Vitamina contida no que não tem
Tudo que desconhecemos presta
Eu tenho a leveza das pedras
A vida é o troco que esquecemos de pegar...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário