Dos meus dedos fugiram os anéis
Com a pura e malvada diversão
Inverteram-se todos os papéis
E o herói agora que é o vilão
Está vazio o fundo do prato
O copo então até se quebrou
A vida é apenas mais um teatro
Que a peça ninguém decorou
Dos meus olhos fugiu toda a cena
Todo o tempo é breve para se fechar
Toda a alma humana é bem pequena
Todo o riso um dia vai ter que chorar
A nossa surdez faz calar os gemidos
Não há distância que supere o fracasso
Somos enganados pelos cinco sentidos
E o nosso fôlego se torna mais escasso
Dos meus dedos fugiram os anéis
Para qualquer uma diversão
Inverteram-se todos os papéis
Não há mais berço, só o caixão...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário