Em estado de completa afonia
Falta-me o ar falta-me o dia
E a noite é serena e é fria
Eu queria visitar todos os países
Eu queria evitar todas as crises
Eu queria inventar planos felizes
A dor é amiga mas não perdoa
Respirar pode ser gastar ar à toa
Tentar amar nunca foi uma boa
Vivemos em constante sobressalto
Olhando as bombas vindo do alto
Más notícias chegando do Planalto
Às vezes o sono vem pra ajudar
E eu paro logo o meu cantar
Como se fosse tudo o fundo do mar
Esqueçamos pois esta reticência
Queremos de volta nossa inocência
Se não tiver serve a incoerência
Os espelhos cada vez mais reluzentes
Vão nos mostrando coisas diferentes
Todos nós estamos tão doentes
Vivemos rindo de nossas piadas
De nossos erros de nossas mancadas
De coisas certas e de coisas erradas
Alô aqui quem fala é da terra
Bom cabrito às vezes também berra
Mais acerta quem mais erra
É assim mesmo é assim a vida
A trama de ontem já foi esquecida
Era uma história muito comprida
Faltam vagas nos manicômios
Faltam pragas para os Febrônios
Mas sobram sobras destes hormônios
Há muita oração muito mais desejo
Nem fala dos coisas que ainda vejo
É o velho ditado: pão pão queijo queijo
Quantas vezes virá outra decepção?
Tudo é metade sim tudo é metade não
É metade certeza metade hesitação
Há muitos seus e há muitos meus
Que falem logo estes fariseus
E sem mais até logo e adeus...
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