sábado, 9 de março de 2013

Meia Hora

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Meia hora meio século
Meia vida meia idade
Nem sei bem o que é
Só sei que o mundo gira
E eu girando feito tonto
Andando atrás de você
E tudo que passa
Vai me lembrando um pouco
Dos versos malfeitos que eu apaguei
Dos instantes escapados
Esgotada a paciência que aluguei
Meia noite numa cabine
Meio dia meu intervalo
Sem rimas dispensadas
Como tudo que é por ser
O seu banal é meu inédito
A sua bobagem a minha sina
E se chove agora pouco importa
Os pés se cansam da mesma maneira
Dói tudo em mim
Mesmo as dores que não imagino
Já passou muito e não dá mais
Nem mil carpideiras bastarão
Meio bom meio ruim
Meio estranho quase normal
E o que sobrou foi tão pouco
Que nem mesmo sei se existiu
É tarde para mandar flores
Ou elogiar o seu cabelo
É tarde para qualquer coisa
Muito mais tarde ainda
Do que qualquer de nós dois
Possa um dia imaginar
Estou tonto e não bebi
Talvez seja a glicose aumentando
Em seu passeio em minhas veias
Ou a teimosa alegria que não quer ir
Eu falo muito dou mil discursos
Mas é só para camuflar meu silêncio
Eu rio muito e conto piadas
Para que mais sério ainda seja
Meio tédio meio desprezo
Meio sem graça meio sem coragem
Sem medo de partir
Mas sem pressa de chegar
Gostando até do choro
Se ele tem algum motivo
Olhando o relógio o tempo todo
Surpreso com novidades que não vem
Como é bonita essa pintura
Como ficou bem em seu rosto
O que é novo ficou mais ainda
E isso pode ser bom e ruim
Meia hora meio gozo
Meia grana meio tesão
Não obrigado prefiro ficar bebendo
Sem entrar na cabine

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