Não é a esperança a última que morre
É a poesia mesmo em desespero
Ela falará de como teria sido bom
Ela cantará a última de todas as coisas
Não é a maldade a única que fere e mágoa
A piedade pode ser boa e até matar
Não temos certeza de quase nada
Mas a mão estendida é a morte ainda viva
Não é só o sonho que embriaga e derruba
A realidade pode nos enganar redondamente
E podemos pensar que estamos certos
Em ficar no sofá da sala vendo alheios dramas
Não é a casa que nos dará sempre o abrigo
Nem a aldeia que nos protegerá sempre das feras
A nossa verdadeira fera vive no peito
E desta ninguém hora ou outra irá escapar
Não tenha certeza e siga adiante
Porque só a dúvida guia nossos passos
E nossos pés só andam por causa do medo
Das noites escuras é que virão outros sóis...
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