quinta-feira, 21 de março de 2013

Eu Viajante

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Astronauta que não foi na lua
Pássaro que não saiu do chão
Eu trago em mim toda a rua
Todos os lugares no meu coração

Eu trago a festa que não aconteceu
A noite eterna que não tem manhã
O sonho que agoniza e não morreu
E uma insistente esperança vã

Carrego em mim os barcos sem portos
Em mim estão as ondas sem cais
O semblante triste de todos mortos
E o amor que podia ter sido mais

Está comigo tudo que tentei e não pude
E ainda me persegue o cruel e doce amor
E eu carrego todo carinho terno e rude
E o choro guardado de qualquer uma dor

E faço rimas óbvias comuns passageiras
E o que mais na bagagem puder guardar
Todas as brisas que já vieram ligeiras
E tudo que esteve presente em meu cantar

Mesmo se quisesse então não pararia
Pois meus pés possuem a sua vontade
E eles me dizem que não terminou o dia
E há mais coisas e com mais intensidade


Por isso vou seguindo cada instante
E esperando e mais uma vez esperando
Assim sou e assim é a vida de viajante
Todos nós eternamente andando...

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