sábado, 9 de março de 2013

Teoria do Juízo

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De médico e de pouco todos nós temos um louco. Na garantia incerta que a felicidade vem nos buscar. Mas não deram nosso endereço. Somos o que somos. Nisto consiste a maior questão. Ninguém quer ser o que é. Poucos os querem. E esses poucos é que conseguem exatamente o inverso. São novidades banais e rotineiras que os jornais mostram. A casa caiu. A máscara continua presa na cara por um fio. O prédio desabou. Mas a língua continua falando mentiras sem pestanejar. Quem mexeu no meu queijo? Não querem me roubar um beijo? Nada mais. Aqui são fabricadas as mais sofisticadas desculpas. Mesmo quando o assassino é pego em flagrante com a arma na mão e o sangue da vítima na roupa no local e hora do crime. Quem somos nós afinal? A resposta vem antes da pergunta ser formulada. Nada a declarar. É demais comprometedor os diários que não escrevemos. Não tiremos as roupas. Elas pelo menos no aliviam do senso de ridículo que temos não para nos ajudar e sim para nos afligir. Depois do terceiro dia não ressuscitamos. Nosso terceiro dia só cai na terça-feira. Mostre-me alguém feliz e eu lhe mostrarei mais um que mente. Ninguém pode se fazer feliz. A felicidade só pode ser dada ou recebida. Não está a venda no mercado consumidor. E por causa dessa doação pode também ser tirada. Realmente meu filho. Nada se cria. Tudo se amplia. As dimensões é que são incógnitas que não sabemos como resolver. Nada se resolve. Tudo se remedia. Com ternura e um pouco de má-vontade. Somos deuses em miniaturas. Repetindo velhas tragédias gregas para um público inexistente. Os atores de televisão que o digam. Mostram tudo que não queremos ver e pensamos que queremos. Este é o segredo. O grande segredo. A alma do negócio. A alma do faraó. O que mais se aproxima da perfeição é estar tudo fora do lugar. Viva a bagunça! O acaso que veio jogar cartas conosco. Ele tem as mangas grandes e leva um baralho inteiro sob elas. Não adianta querer escapar. O acaso é o destino que trocou de roupa e não esqueceu de pôr a maquiagem. Nunca o reconhecemos. Ele é muito esperto. E gosta de seus drinques on the rocks. Sim. Sim. Quanto mais gelo melhor. Cada palavra é um susto. Muitas vezes a boca fala o que a mente desconhece. Bocas são imprevisíveis. Nunca mentem na verdade. São só contadoras de histórias. E boas carpideiras se precisam ganhar um dinheirinho extra. E agora o pronunciamento do excelentíssimo senhor ministro do nada. Esse sim tem interessantes coisas de nosso absoluto interesse. O resultado do jogo que decidiu o campeonato de buraco da quinta divisão de mil novecentos e doze. A estatística precisa de quantos fósforos foram acesos por crianças canhotas no mês de setembro de mil novecentos e quarenta e cinco na Finlândia. O número de batidas de asa de uma determinada espécie de mosca rara somente encontrada em uma pequena área circunscrita da Guiné-Bissau. Isso sim nos afeta diretamente. Principalmente em nossas observações sobre a filosofia Aristotélica em suas aplicações práticas nas compras efetuadas em bazares marroquinos em dias de chuva torrencial. São nas pizzarias chinesas do bairro árabe da capital venezuelana que dormem nossas necessidades mais básicas. Somos chiques com as novas roupas do brechó. É difícil ser anônimo em um mundo tão cheio de novas loucuras. Nem moicanos escapam. É a escalada espacial. É o prato especial. Muita nudez e pouco tesão. Muito tesão e pouca ereção. Para sermos exatos e cumpridores de esquecidos desejos. Não me fale em tristezas e nem em contas vencidas. Nada sufoca mais que a satisfação encerrada. A expressão conhecida. O óbvio galopante num pangaré. Estamos aí e não estamos. A guerra é divertida. Principalmente quando não nos aflige. De médico e de pouco todos nós temos um louco. Juízo afinal. Brinquedos e tal.

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