sábado, 9 de março de 2013

Cinzas


Cinzas em toda parte
Em todo cantos
São as recordações vadias
Que teimam em ficar
Junto de mim
O encontro desencontrado
O adeus fora de hora
Se é que aconteceu
Elas continuam em sua tarefa
Alimentar a saudade
Para que o coração doa mais ainda
Eu passo e vejo velhas cenas
E desconheço se envelheci demais
Ou se parei no tempo
E continuo o mesmo triste
Perguntas sem resposta
Jamais devem ser perguntadas
Disfarcemos e andemos por aí
A garganta dói guardando coisas
Que eu queria um dia falar
Mas sei que nunca vou poder
Eu queria dizer do meu amor
Preso agora nos olhos
E que nunca vai acabar
Eu também queria abrir a boca
E xingar e xingar
Pelas brincadeiras de mau-gosto
Que aconteceram um dia
Mas tudo morreu
Ou se encaixou no seu lugar
O rio continua andando
O mar continua pra lá e pra cá
E mesmo sem esperança espero
E se algum dia pudesse
Mandaria dizer em brancas letras
Que aqui estou como sempre
E continuo vivo...

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