segunda-feira, 25 de março de 2013

Outros Quase Haikais


Em meio à uma densa floresta
Leões e outros bichos
Filosofam sobre os humanos erros

As cores que vejo se misturam

E assim um novo quadro
É feito dentro de meu próprio olhar

Contaram-me várias e incertas histórias

Para que não acreditasse
Nas outras que vivi e que senti um dia

Pobre de quem vive nesta mesma rotina

De acreditar sempre
Que além da tela existem coisas novas

O sol e a lua dançam sua cirando

Enquanto o vento
Fica calado em mais sérias decisões

Há um gato dormindo sobre o muro

No calor da manhã sonha
Onde serão suas distantes terras?

No amor todos os gestos são extremos

E mesmo inesperadamente
Aparecem cantos em todos os cantos

O vento brinca sempre e sempre 

E exímio músico
Faz folhas e águas dançarem

Solene como deveria ser

O sacerdote joga
As moedas que usa no oráculo

Pelas ruas daquele bairro antigo

Entre sobrados e vielas
Os meninos riem do tempo apressado

As grandes escadas com seus perigos

São apenas escorregas
Nos sonhos que me acompanham

Escutando músicas que não entendo

Passa-se estas figuras
E sentir saudade já não dói tanto

Tristeza e alegria andam sempre juntas

O tempo todo
Mas a felicidade esqueceu do encontro

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