Em meio à uma densa floresta
Leões e outros bichos
Filosofam sobre os humanos erros
As cores que vejo se misturam
E assim um novo quadro
É feito dentro de meu próprio olhar
Contaram-me várias e incertas histórias
Para que não acreditasse
Nas outras que vivi e que senti um dia
Pobre de quem vive nesta mesma rotina
De acreditar sempre
Que além da tela existem coisas novas
O sol e a lua dançam sua cirando
Enquanto o vento
Fica calado em mais sérias decisões
Há um gato dormindo sobre o muro
No calor da manhã sonha
Onde serão suas distantes terras?
No amor todos os gestos são extremos
E mesmo inesperadamente
Aparecem cantos em todos os cantos
O vento brinca sempre e sempre
E exímio músico
Faz folhas e águas dançarem
Solene como deveria ser
O sacerdote joga
As moedas que usa no oráculo
Pelas ruas daquele bairro antigo
Entre sobrados e vielas
Os meninos riem do tempo apressado
As grandes escadas com seus perigos
São apenas escorregas
Nos sonhos que me acompanham
Escutando músicas que não entendo
Passa-se estas figuras
E sentir saudade já não dói tanto
Tristeza e alegria andam sempre juntas
O tempo todo
Mas a felicidade esqueceu do encontro
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