Enquanto
vivo, espero. Enquanto ser, sobrevivo. E mesmo que falem diferente, esta é a
luta. Não somente de sonhar, mas de respirar, sem fazer mal para alguém, mas
não sendo o mártir. Não carrego nenhuma palma nas mãos, vivam e me deixem
viver. Não me desafiem para um duelo, não quero, mas carrego um punhal na
manga, carrego o ás que me coube, se assim for assim será. É dia, aquele sol no
alto também tem o meu nome, a escritura se encontra no cartório competente, eu
e cada um de nós registramos a patente. É hoje, é de repente, faremos um
carnaval fora de época sem avisarmos para a televisão. É tudo, é mudo, é surdo,
cada coisa vai como um rio, mesmo se às vezes nem prestamos atenção para onde
é. Água quente, água fria, tudo mata a sede, tudo vem de encontro às redes,
dias de paz ou agonia. Não rime se não quiser, não lhe peço isso, mas respeite
minhas sinceras vontades. Há mais em meu peito que se imagine. Humano! Humano!
Eu tento ser mesmo quando não dá. Idiota! Idiota! Como todo mundo foi e é
muitas, muitas vezes. Ponha vírgula nisso. Ponha tempero, ponha sal, nada é
melhor que um novo gosto, uma nova cor, um novo som. Passe a língua pela minha pele e coloque meu sexo
em sua boca, seja meu objeto cada vez mais. Nada pára! Nada pára! Tudo vai em
direção ao mar. Se voltar, foi mera coincidência, ou simplesmente, foi ledo
engano. Não posso lhe beijar porque não tenho tempo, não posso parar porque os
pés não obedecem. Nada existe! É por isso que tudo esta aí... Palpável e
risível, nossos cinco sentidos são meros comediantes de quinta categoria. Eu
forço, você força, quebramos regras e dietas e os vasos que enfeitavam a sala
de estar. Nunca falei tanto do que estive calado, não pedi tanto como quando
virei as costas, nunca estive tão presente quanto quando fui embora. Não me
esperem para o jantar, a minha hora já passou, mesmo estando mil vezes de
joelho orando para aquilo que não conheço. O Deus que mata, o Deus que arranja
briga entre irmãos, o Deus que me vira as costas, este não conheço, pobre Deus
que erra e nunca acerta. Muito prazer, nunca fomos apresentados. A vela é
minha, deixe que eu escolha a encruzilhada, nenhum carro baterá por causa de
sua luz, talvez um viajante qualquer saiba utilizar sua luz. Meu Senhor, aceite
essa farofa e nunca se esqueça de mim. Eu preciso viver enquanto vivo e estar
vivo é conseqüência de sonhar acordado. Guarde meu sonho, tenha pena de meus
pés. Perdoe se estar aqui já é um atrevimento, o vício me persegue desde quando
me entendo por gente. Estar aqui, sonhar aqui, nessa bola pequena que tudo
cabe, todas as tribos, todos os gostos e todas as loucuras possíveis e
imagináveis. Hoje é o dia e não há outro, agora é a hora como foi marcado, este
é o segundo preciso, o cronômetro funciona religiosamente. Pare um pouco, deixe
que seus pés ensinem a melhor lição, ande, sem deixar de sorrir e sendo rude e
sincero consigo mesmo. Ninguém é melhor, nem ninguém é pior, somos o empate de
uma eterna partida, zero à zero, com direito à prorrogação e festa no final. Ou
somos todos idiotas ou ninguém é. Mapas são perigosos, cuidado com eles, nos
conduzem para qualquer lugar, menos aos nossos objetivos. Regras e regras, esperando
para serem quebradas; partidas intermináveis de xadrez. Onde estamos? Nas
nuvens lá em cima... Vamos respirar respirar e respirar enquanto ainda há
fôlego!
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
sábado, 9 de março de 2013
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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322
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