sábado, 9 de março de 2013

Fôlego

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Enquanto vivo, espero. Enquanto ser, sobrevivo. E mesmo que falem diferente, esta é a luta. Não somente de sonhar, mas de respirar, sem fazer mal para alguém, mas não sendo o mártir. Não carrego nenhuma palma nas mãos, vivam e me deixem viver. Não me desafiem para um duelo, não quero, mas carrego um punhal na manga, carrego o ás que me coube, se assim for assim será. É dia, aquele sol no alto também tem o meu nome, a escritura se encontra no cartório competente, eu e cada um de nós registramos a patente. É hoje, é de repente, faremos um carnaval fora de época sem avisarmos para a televisão. É tudo, é mudo, é surdo, cada coisa vai como um rio, mesmo se às vezes nem prestamos atenção para onde é. Água quente, água fria, tudo mata a sede, tudo vem de encontro às redes, dias de paz ou agonia. Não rime se não quiser, não lhe peço isso, mas respeite minhas sinceras vontades. Há mais em meu peito que se imagine. Humano! Humano! Eu tento ser mesmo quando não dá. Idiota! Idiota! Como todo mundo foi e é muitas, muitas vezes. Ponha vírgula nisso. Ponha tempero, ponha sal, nada é melhor que um novo gosto, uma nova cor, um novo som. Passe  a língua pela minha pele e coloque meu sexo em sua boca, seja meu objeto cada vez mais. Nada pára! Nada pára! Tudo vai em direção ao mar. Se voltar, foi mera coincidência, ou simplesmente, foi ledo engano. Não posso lhe beijar porque não tenho tempo, não posso parar porque os pés não obedecem. Nada existe! É por isso que tudo esta aí... Palpável e risível, nossos cinco sentidos são meros comediantes de quinta categoria. Eu forço, você força, quebramos regras e dietas e os vasos que enfeitavam a sala de estar. Nunca falei tanto do que estive calado, não pedi tanto como quando virei as costas, nunca estive tão presente quanto quando fui embora. Não me esperem para o jantar, a minha hora já passou, mesmo estando mil vezes de joelho orando para aquilo que não conheço. O Deus que mata, o Deus que arranja briga entre irmãos, o Deus que me vira as costas, este não conheço, pobre Deus que erra e nunca acerta. Muito prazer, nunca fomos apresentados. A vela é minha, deixe que eu escolha a encruzilhada, nenhum carro baterá por causa de sua luz, talvez um viajante qualquer saiba utilizar sua luz. Meu Senhor, aceite essa farofa e nunca se esqueça de mim. Eu preciso viver enquanto vivo e estar vivo é conseqüência de sonhar acordado. Guarde meu sonho, tenha pena de meus pés. Perdoe se estar aqui já é um atrevimento, o vício me persegue desde quando me entendo por gente. Estar aqui, sonhar aqui, nessa bola pequena que tudo cabe, todas as tribos, todos os gostos e todas as loucuras possíveis e imagináveis. Hoje é o dia e não há outro, agora é a hora como foi marcado, este é o segundo preciso, o cronômetro funciona religiosamente. Pare um pouco, deixe que seus pés ensinem a melhor lição, ande, sem deixar de sorrir e sendo rude e sincero consigo mesmo. Ninguém é melhor, nem ninguém é pior, somos o empate de uma eterna partida, zero à zero, com direito à prorrogação e festa no final. Ou somos todos idiotas ou ninguém é. Mapas são perigosos, cuidado com eles, nos conduzem para qualquer lugar, menos aos nossos objetivos. Regras e regras, esperando para serem quebradas; partidas intermináveis de xadrez. Onde estamos? Nas nuvens lá em cima... Vamos respirar respirar e respirar enquanto ainda há fôlego!

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