sábado, 15 de março de 2025

Automóveis Inesperados

Barulho ensurdecedor na malvada avenida.

Hora do rush, hora quase feliz...

Blasfêmias cantadas nos sonoros aparelhos.

O hoje está quase morto...

Buzinas demonstrando hedionda insatisfação.

A caça também sabe caçar...

Meninos vendedores nos semáforos implorando.

A fome manda em tudo sempre...

Nos retrovisores uma esperança abatida.

A fruta caiu e está podre...

Os incansáveis camelôs e suas artimanhas.

Quem viver verá o final...

A espessa fumaça é a única silenciosa.

Tudo que mata assim é...

Os automóveis inesperados desfilam contentes...


(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poesia Gráfica LXLI

A MINHA POESIA REDONDA É QUADRADA A MINHA POESIA QUADRADA É REDONDA A MINHA ÁGUA SOBE MORRO ACIMA O MEU PÁSSARO VOA PELO CHÃO O MEU AMOR ME ...