sábado, 9 de março de 2013

Alguns Quase Haicais

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É tudo e talvez um dia
Acabe a luta
Venha de novo a alegria

Ainda com pés cansados
A rua minha amiga
Mostra seus vários lados

Ai quem me dera fosse
O tempo que vai
Apenas mais um doce

Sentado frente à tela
Vejo o que passa
Como se fosse novela

E pensava em dias de paz
Meu menino
Que ficou perdido lá trás

Que pensamento tosco
Sonhos amigos
Podendo brincar conosco

Não seria tão diferente
Mãos vazias
E um coração doente

No fim da estrada
Talvez algo
Ou ainda talvez nada

Num gesto de amor
A borboleta
Se confunde com a flor

Eu vinha por essa rua
Levei um susto
A minha alma era tua

Alguém viu aí o dia?
Ele logo sumiu
Estava em sua companhia

Um, dois, três, quatro...
Levantem o pano
Vamos começar o teatro

Mamãe, eu vi a lua!
Esquece isso...
É a vida que continua

Este é um hábito bem antigo
Brincar com palavras
Ou elas que brincam comigo?


Discussões metafísicas à parte
Tudo se confunde
Até mesmo a ciência e a arte

O cata-vento roda e roda
Feliz por ser
Mais que uma simples moda

Vir e ver e depois andar
A alma do homem
Vive em qualquer lugar

Quase nunca não me vejo
Fora de teu alcance
Ou bem longe do teu desejo

Cada dia tem seu tamanho
Olhe no espelho
Você só vai ver um estranho

É bom não olhar para os lados
Podemos então ver
Alegria e tristeza de braços dados

E como numa enxurrada
Meus sonhos vão
Escorrendo pela calçada

Viver poder ser um vício
O melhor deles
Sem fim e só com início

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