É tudo e talvez um dia
Acabe a luta
Venha de novo a alegria
Ainda com pés cansados
A rua minha amiga
Mostra seus vários lados
Ai quem me dera fosse
O tempo que vai
Apenas mais um doce
Sentado frente à tela
Vejo o que passa
Como se fosse novela
E pensava em dias de paz
Meu menino
Que ficou perdido lá trás
Que pensamento tosco
Sonhos amigos
Podendo brincar conosco
Não seria tão diferente
Mãos vazias
E um coração doente
No fim da estrada
Talvez algo
Ou ainda talvez nada
Num gesto de amor
A borboleta
Se confunde com a flor
Eu vinha por essa rua
Levei um susto
A minha alma era tua
Alguém viu aí o dia?
Ele logo sumiu
Estava em sua companhia
Um, dois, três, quatro...
Levantem o pano
Vamos começar o teatro
Mamãe, eu vi a lua!
Esquece isso...
É a vida que continua
Este é um hábito bem antigo
Brincar com palavras
Ou elas que brincam comigo?
Discussões metafísicas à parte
Tudo se confunde
Até mesmo a ciência e a arte
O cata-vento roda e roda
Feliz por ser
Mais que uma simples moda
Vir e ver e depois andar
A alma do homem
Vive em qualquer lugar
Quase nunca não me vejo
Fora de teu alcance
Ou bem longe do teu desejo
Cada dia tem seu tamanho
Olhe no espelho
Você só vai ver um estranho
É bom não olhar para os lados
Podemos então ver
Alegria e tristeza de braços dados
E como numa enxurrada
Meus sonhos vão
Escorrendo pela calçada
Viver poder ser um vício
O melhor deles
Sem fim e só com início
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