segunda-feira, 11 de março de 2013

E Gritar!

Resultado de imagem para sol entrando pela janela
O sol já lambeu minha cara
Invasor atrevido de janelas
Eis que acordo e não abro os olhos quase
E muito menos arrumarei a cama
Não há motivos sinceros 
Para me preocupar com a ordem das coisas
Ontem foi igual anteontem
E hoje tudo será copiado
Batimentos cardíacos acelerados
E o mesmo respirar ofegante
Tomara que o telefone não toque
Tomara que ninguém lembre de mim
Numa mesma lembrança sem sentido
É triste ser só em meio a tanta gente
É triste poder falar sem poder dizer
Inventem novas fórmulas
Façam qualquer coisa
Chamem o médico!
É ruim sorrir sem saber o porquê
É pior ainda chorar se não adianta
Tem tanto tempo que não há tempo algum
E a mesma dor incomoda indo e voltando
Não há nada de novo no front
E quase sempre nem front há
São de vidro barato esses diamantes
Esse ouro é só amarelo metal
Tudo é quase a mesma coisa
Que uma equação fácil de resolver
É zero o resultado final
A caminhada dá de frente à um muro
Mesmo que a eternidade exista
Somos humanos e esse é o detalhe
Não ser egoísta também é uma forma de ser
E alguns carinhos doem mais ainda
Onde está o dono da bola?
Onde estão as figurinhas que colecionei?
Tudo permanece mas troca de lugar
É areia jogada em nossos olhos
E existe um deserto inteiro para isso
É um carro vindo na contramão ao nosso encontro
E não existe como sair da frente
É o destino e sua comitiva
Todos mal encarados e pouco simpáticos
Que dívida tenho que pagar?
Nem sei nem imagino
Estava tudo aí antes que eu chegasse
Só cavei um poço porque tinha sede
Mas me fizeram ir ao fundo e não voltar
Esperem sentados tranquilamente
Sua maldade deu certo
Isto não tem como negar
Mas mesmo assim entranto porém
Mesmo como uma máquina
Irei levantar da cama
E gritar! E gritar! E gritar!...

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