Em palavras. Tantas delas. Tentei expressar o que não dá. Abri a boca. Emiti os sons. E achei que era tudo tão fácil. E na verdade nada foi. Porque quando se abre a boca. Tudo que não queremos sai. Menos aquilo que queríamos. Assim é a vida. Assim uns olhos que me perseguem até que não possa mais escapar. Assim a boca que se transforma em desejo e desejo falho. Sem chances. Como foram todos os outros planos bons e mortos. É a semente que brotou e morreu. Havia luz e água e sopro e faltou chão. É um réquiem bonito. Não precisa de carpideiras que o façam. Choro eu. Mesmo com um choro seco e disfarçado. Transformo tudo em piada. E acaba rindo eu mesmo delas. É essa a vantagem para os palhaços. Quando ninguém. Nós rimos. E quebramos o silêncio constrangedor do senso comum. Não nos cabe julgar qualquer coisa ou hábito. Mas cínicos suficientemente o fazemos. É questão de oportunidade. Tudo mundo se chocou e achei e achamos engraçado. É um novo beabá que inventamos. Um novo ABC sem Castro Alves. Desculpe a franqueza e a fraqueza também. Gostamos de óbvios malabarismos que podem dar errado. Somos assim mesmo ou nada somos. Vai depender de pompa e circunstância. Corrijam-me se estiver certo. Às vezes até a inocência suplica por ser condenada. É que está no roteiro e temos que segui-lo. Se der certo acontece o erro. E se melhorar estraga. E antes que eu me lembre pode me esquecer. Não sou de meias intenções. Todas elas são as mais maliciosas e as piores possíveis. Não há mais serpentes no Jardim do Éden. Eu sou a única e guardo pacientemente todo veneno possível que possa me matar. São frases grandes como essas que imitam os pássaros e confundem as abelhas. Façam a dança da chuva ou a dança do sol. Ambas funcionarão enquanto podem e não mais. Acabou-se o que era doce ou não. Depende do ponto de vista de cada um ou pelo menos de uma teimosia que estava em liquidação outro dia mesmo. Levá-la pode ser viciante como as demais coisas que o coração teima em colecionar. Faz parte do show mesmo quando não há show nenhum. Faz parte de parte da arte. Engoliram letras e pouco importa. Gaguejaram a resposta antes de acertá-la. É um tiro certeiro. A eterna dúvida e dívida de janeiro em janeiro. Sou educado. Somos educados. Pode ir primeiro. A fila anda. É como ciranda. Depende da demanda de mercado. Está tudo certo por estar errado. O erro aconteceu e ninguém foi culpado. É como o tiro perdido ou aquela queda que ficou engraçada. E mais nada. Nada a temer ou declarar. Nossas declarações mais solenes esperaram o momento de uma rua vazia ou de uma febre que veio. Aqui estava o que eu procurava. Um disfarce para dizer tudo que não queria e esconder humanas franquezas e fraquezas. É questão apenas de letras. Soletrar num idioma antigo e inventado desconhecido de criptólogos. Todas as leis ditadas por um legislador gago para um escriba analfabeto e revisadas por um cego que tem um senso de humor raro e exagerado. Viver com moderação é a regra. Oferece menos perigo para não sei quem. As engrenagens da máquina continuam esmagando. Não importa quem seja. Tanto faz agredidos ou agressores. Para cada um é dado sua hora. Até que o tiro saia pela culatra e isso se existir munição para alguma coisa. Eu só sei que tudo sei. Até coisas que nunca saberei se pelo menos existem. É que o cheiro muitas vezes vem primeiro. Chegar atrasado nesse caso não é de bom tom. Não briguemos por isso. Existem mais motivos fúteis que esperam sua vez. Obedeçamos a fila e a ordem natural e inventada de todas as coisas. É assim que funciona ou pelo menos deveria funcionar. Em palavras. Tantas delas...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
terça-feira, 12 de março de 2013
Em Palavras
Em palavras. Tantas delas. Tentei expressar o que não dá. Abri a boca. Emiti os sons. E achei que era tudo tão fácil. E na verdade nada foi. Porque quando se abre a boca. Tudo que não queremos sai. Menos aquilo que queríamos. Assim é a vida. Assim uns olhos que me perseguem até que não possa mais escapar. Assim a boca que se transforma em desejo e desejo falho. Sem chances. Como foram todos os outros planos bons e mortos. É a semente que brotou e morreu. Havia luz e água e sopro e faltou chão. É um réquiem bonito. Não precisa de carpideiras que o façam. Choro eu. Mesmo com um choro seco e disfarçado. Transformo tudo em piada. E acaba rindo eu mesmo delas. É essa a vantagem para os palhaços. Quando ninguém. Nós rimos. E quebramos o silêncio constrangedor do senso comum. Não nos cabe julgar qualquer coisa ou hábito. Mas cínicos suficientemente o fazemos. É questão de oportunidade. Tudo mundo se chocou e achei e achamos engraçado. É um novo beabá que inventamos. Um novo ABC sem Castro Alves. Desculpe a franqueza e a fraqueza também. Gostamos de óbvios malabarismos que podem dar errado. Somos assim mesmo ou nada somos. Vai depender de pompa e circunstância. Corrijam-me se estiver certo. Às vezes até a inocência suplica por ser condenada. É que está no roteiro e temos que segui-lo. Se der certo acontece o erro. E se melhorar estraga. E antes que eu me lembre pode me esquecer. Não sou de meias intenções. Todas elas são as mais maliciosas e as piores possíveis. Não há mais serpentes no Jardim do Éden. Eu sou a única e guardo pacientemente todo veneno possível que possa me matar. São frases grandes como essas que imitam os pássaros e confundem as abelhas. Façam a dança da chuva ou a dança do sol. Ambas funcionarão enquanto podem e não mais. Acabou-se o que era doce ou não. Depende do ponto de vista de cada um ou pelo menos de uma teimosia que estava em liquidação outro dia mesmo. Levá-la pode ser viciante como as demais coisas que o coração teima em colecionar. Faz parte do show mesmo quando não há show nenhum. Faz parte de parte da arte. Engoliram letras e pouco importa. Gaguejaram a resposta antes de acertá-la. É um tiro certeiro. A eterna dúvida e dívida de janeiro em janeiro. Sou educado. Somos educados. Pode ir primeiro. A fila anda. É como ciranda. Depende da demanda de mercado. Está tudo certo por estar errado. O erro aconteceu e ninguém foi culpado. É como o tiro perdido ou aquela queda que ficou engraçada. E mais nada. Nada a temer ou declarar. Nossas declarações mais solenes esperaram o momento de uma rua vazia ou de uma febre que veio. Aqui estava o que eu procurava. Um disfarce para dizer tudo que não queria e esconder humanas franquezas e fraquezas. É questão apenas de letras. Soletrar num idioma antigo e inventado desconhecido de criptólogos. Todas as leis ditadas por um legislador gago para um escriba analfabeto e revisadas por um cego que tem um senso de humor raro e exagerado. Viver com moderação é a regra. Oferece menos perigo para não sei quem. As engrenagens da máquina continuam esmagando. Não importa quem seja. Tanto faz agredidos ou agressores. Para cada um é dado sua hora. Até que o tiro saia pela culatra e isso se existir munição para alguma coisa. Eu só sei que tudo sei. Até coisas que nunca saberei se pelo menos existem. É que o cheiro muitas vezes vem primeiro. Chegar atrasado nesse caso não é de bom tom. Não briguemos por isso. Existem mais motivos fúteis que esperam sua vez. Obedeçamos a fila e a ordem natural e inventada de todas as coisas. É assim que funciona ou pelo menos deveria funcionar. Em palavras. Tantas delas...
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