sábado, 9 de março de 2013

Teoria das Proporções Matemáticas


Um terço de nossas vidas levamos sonhando. Não somente dormindo. Mas com olhos abertos em visões milagrosas de felicidades na maioria das vezes simples e inatingíveis. Esse pedaço de tempo será junto (com a saudade e alguns desatinos do amor) a parte mais preciosa que poderemos levar junto conosco quando sairmos de cena um dia.
Um quinto de nossas vidas levamos cantando. Não as canções da moda que tocam no rádio e nem ao menos aquelas que aprendemos quando pequenos. Mas as canções mudas que o coração canta o tempo todo e que nos satisfaz a alma. São as notas que desconhecemos e os assobios que acabamos emprestando aos pássaros em seus dias.
Um quarto de nossas vidas levamos chorando. Não desses choros que qualquer carpideira pode ofertar. Esse tipo virá em frente à tela da televisão ou vendo um filme qualquer. Esse é um outro tipo de choro que só o amor ou a ternura ou a piedade pode nos proporcionar com olhos secos e peito molhado.
Um sexto de nossas vidas levamos xingando. Xingando à nós mesmos por deixarmos a oportunidade fugir ou nos atrasarmos e deixarmos o desencontro acontecer ou por sermos covardes o bastante para não continuarmos a luta. Nessa hora é que somos os mais severos e mal-educados possíveis.
Um meio de nossas vidas levamos dançando. A vida mesmo em si é uma dança e esta dança em si mesma é o grande objetivo. Tudo dança e tudo responde à mesma música em suas corretas notas. Acertar a coreografia é acertar a felicidade que nem se nota.
Em várias parcelas vivemos. Matematicamente como em velhos livros que nos deram um dia. Invariavelmente como a surpresa do resultado de diversas equações. Olhe as variantes e adivinhe o cálculo. Faça as contas e nada parecerá tão ruim assim.
Um segundo de nossas vidas levamos com a morte. E então todos os cálculos pararão e uma nova série poderá ser estudada...

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Poesia Gráfica LXXXVI

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