sábado, 9 de março de 2013

A Dança de São Guido


Não espere o convite
Venha logo dançar
Vai começar a dança
A dança vai começar
É a dança de São Guido
Ou como você vai nomear
Ninguém prefere ou escolhe
E não há jeito de escapar
Quando se é o ser humano
Não há jeito de negar
Ela espera dia e noite
E não escolhe o lugar
Mesmo no alto da montanha
Ou lá no fundo do mar
Passeando entre as estrelas
Em sua noite de luar
Não tem explicação
E não tem o que explicar
É a vida e é a morte
No seu simples respirar
É comer até sem fome
É beber e embriagar
É ser um animal pensante
Que também sabe falar
É ser mesquinho e cruel
Quando devia perdoar
É olhar meio de lado
Pra ninguém não lhe notar
É não ver nada na frente
Só o que pode se lucrar
Ganhar faz parte da dança
Até quando isso enganar
Ninguém ganha e só perde
Não tem como reclamar
É como um acerto de contas
Mas sem nada pra acertar
Ganhou ou perdeu ou empatou?
Não dá mesmo pra notar
A moda está aí?
Vamos todos comprar
Há tanto oxigênio
Mas precisamos roubar
A dança segue em frente
E os nossos cães a ladrar
Ladram até cair os dentes
Ladram no nosso lugar
Estamos dançando incontentes
Neste compasso sem par
Viva a gramática!
Quem vai numerar?
Viva a estética!
Então vamos combinar
A dança não pára nunca
E nunca vai mesmo parar
Somos loucos! Somos isso!
Nada mais a declarar...
É a dança de São Guido
Até poder nos matar...

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