É mais realista do que a novela
É mais globalizante que a TV
Olhar para o fundo da panela
E nem sempre ter o que comer
É mais cansativo do que a escola
É quando toda esperança já é pouca
Se contentar apenas com a esmola
E calar cada vez mais a boca
Porque a única boca aberta
É a que come não a que fala
A boca com a mente esperta
Que não quer morrer na vala
É mais mentirosa que político
É mais contagiante que doença
Vence qualquer dado estatístico
Aprisiona mais que qualquer crença
É mais popular do que o Papa
É mais sorrateira do que a morte
Parece a mulata que não está no mapa
É mais inimiga do que a sorte
Todos humanos e todos inocentes
Até que não se prove ao contrário
E com seus desejos mais transcendentes
Guardados lá no fundo do armário
É a masculinidade posta à prova
É a feminilidade posta em postas
É a mesma moda que se renova
São novas perguntas e velhas respostas
É carnaval dia e noite o tempo inteiro
É a decisão do título no Maraca
Se matar de janeiro a janeiro
Por seu novo diploma de babaca
Porque babacas somos não escondemos
Achamos que isto é até divertido
São grandes mentiras que nós lemos
E era melhor não tivesse lido
É como uma gentileza diferente
É diferente de tudo que se possa ver
Tenha a bondade vá na frente
Chegou a sua hora de morrer
É um grande e aprazível alvoroço
É uma vontade de pedir sempre mais
Mesmo tendo problemas até o pescoço
Sonhando com a mais negra paz
Não sabemos se virão dias felizes
Se nada vale a pena ou valerá
Esperemos estas e outras crises
Até quando o olho se fechará!
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