Tudo tão desesperado
como nunca deixou de ser
Vamos comprar ilusões no mercado
se já não há mais o que comer
Tudo tão sujo, mesquinho
o que é próprio e é humano
Cada uma pedra no caminho
que nunca esteve nos planos
É tão doce e tão amargo
enxerga bem e é tão cego
É o que eu agrido e afago
é o meu Cristo que nego
A menina grávida e demente
não sabe nem quem é o pai
A multidão está doente
é mais um prédio que cai
É mais um medo que vem
é nossa moral que se esconde
São velhas notícias do além
o velho deus não responde
O matador chora de medo
o traficante saiu correndo
A morte acordando cedo
e todo terreno cedendo
Tudo tão desesperado
como nunca deixou de ser
Cada um e seu encontro marcados
todos vivos para morrer...
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