domingo, 27 de março de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 152


Oito, oitavo, Oitávio,

os doces e as velas e o medo,

tempo grande senhor,

de vento e chapéu,

nem sei se de banda 

ou era palha mesmo...

Dona Regina também, 

com insondáveis óculos...


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 Eterno sono sem dormir

Dias galopando sem direção

Eternos estar e não estar aí

Eu me perdi entre a multidão

Eterno suor escorrendo

Mesmo não sendo verão

Meus sonhos vão sofrendo

Areia caindo da minha mão


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Misturam-se uns e outros

misturam-se muitos, misturam-se demais

Pobres e ricos, feios e bonitos

senhores da guerra, mendigos da paz

Os que comem tudo, os que comem nada

os das frente da fila com os lá detrás

Os que atropelam e os atropelados

os de Deus com os de Satanás

Os que são famosos e os sem nome

uns são os barcos e outro o cais

Os que vivem muito e os que morrem logo

uns para sempre e outro para nunca mais

Misturam-se uns e outros

misturam-se todos, misturam-se demais

Pobres e ricos, feios e bonitos

senhores da guerra, mendigos da paz

Mistura eterna de clowns, todos humanos...


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Falta de mim

de antigos sorrisos que valiam a pena

pelas simples histórias que encantavam

pelas coisas de alguma graça que faziam rir

pelas aventuras que imaginava sempre...

Falta demais de mim...


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Dois bêbados perdidos por aí

Por esse mundo pequeno e grande

Tudo ao mesmo tempo

Pequeno para os nossos sonhos

Grande para nos perdermos

Dois bêbados perdidos por aí

Você bêbada pelos enganos de vida

Eu bêbado por você...


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Sim fim tão não

Eu me enlouqueço com certas letras

(Se bobear com todas elas)

E acabo errando no que falo

As rimas acabam colaborando

E é aí que tropeço cada vez mais

Cada dia um erro sem desculpas

Quem dera escrevesse só em paredes

A tristeza seria bem menor

Sim fim tão não


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Eu poderia esperar a morte, mas não a espero,

Poderia escrever versos macabros, ao invés de só tristes,

Mas peço desculpas por essa minha impossibilidade,

Ainda existem alguns sóis para poder admirar,

Muitas nuvens ainda me agradam somente em vê-las,

Não sei se verei o próximo carnaval, mas ainda quero,

Dispensei as carpideiras que falo tanto, são muito chatas,

Assim como as convenções que fazem poemas perfeitos,

Eu nunca fui perfeito e nem quero de maneira alguma ser,

Por isso poderia esperar a morte, mas não a espero...


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