Oito, oitavo, Oitávio,
os doces e as velas e o medo,
tempo grande senhor,
de vento e chapéu,
nem sei se de banda
ou era palha mesmo...
Dona Regina também,
com insondáveis óculos...
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Eterno sono sem dormir
Dias galopando sem direção
Eternos estar e não estar aí
Eu me perdi entre a multidão
Eterno suor escorrendo
Mesmo não sendo verão
Meus sonhos vão sofrendo
Areia caindo da minha mão
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Misturam-se uns e outros
misturam-se muitos, misturam-se demais
Pobres e ricos, feios e bonitos
senhores da guerra, mendigos da paz
Os que comem tudo, os que comem nada
os das frente da fila com os lá detrás
Os que atropelam e os atropelados
os de Deus com os de Satanás
Os que são famosos e os sem nome
uns são os barcos e outro o cais
Os que vivem muito e os que morrem logo
uns para sempre e outro para nunca mais
Misturam-se uns e outros
misturam-se todos, misturam-se demais
Pobres e ricos, feios e bonitos
senhores da guerra, mendigos da paz
Mistura eterna de clowns, todos humanos...
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Falta de mim
de antigos sorrisos que valiam a pena
pelas simples histórias que encantavam
pelas coisas de alguma graça que faziam rir
pelas aventuras que imaginava sempre...
Falta demais de mim...
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Dois bêbados perdidos por aí
Por esse mundo pequeno e grande
Tudo ao mesmo tempo
Pequeno para os nossos sonhos
Grande para nos perdermos
Dois bêbados perdidos por aí
Você bêbada pelos enganos de vida
Eu bêbado por você...
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Sim fim tão não
Eu me enlouqueço com certas letras
(Se bobear com todas elas)
E acabo errando no que falo
As rimas acabam colaborando
E é aí que tropeço cada vez mais
Cada dia um erro sem desculpas
Quem dera escrevesse só em paredes
A tristeza seria bem menor
Sim fim tão não
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Eu poderia esperar a morte, mas não a espero,
Poderia escrever versos macabros, ao invés de só tristes,
Mas peço desculpas por essa minha impossibilidade,
Ainda existem alguns sóis para poder admirar,
Muitas nuvens ainda me agradam somente em vê-las,
Não sei se verei o próximo carnaval, mas ainda quero,
Dispensei as carpideiras que falo tanto, são muito chatas,
Assim como as convenções que fazem poemas perfeitos,
Eu nunca fui perfeito e nem quero de maneira alguma ser,
Por isso poderia esperar a morte, mas não a espero...
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