Foi estrela, foi, não foi, foi, não foi,
Desatinos colados em brancas paredes
(Paredes estas já sujas pelo tempo)
E águas paradas que machucam demais
Aqui eu estou ainda neste meu canto
Quase vivo, quase não, quase vivo,
Com os pés de todo cansaço existente
Até que acabe a gasolina do motor
E as engrenagens parem surdamente
Não haverá mais brinde com taças
De um mais puro e falso cristal
Já fomos vendidos como bons escravos
Para as circunstâncias que nos levaram
Eu sou barco, eu sou mar, eu sou barco
Ou talvez um mero e triste albatroz
Querendo chegar logo e logo lá
Onde nem faço ideia onde é ou será
Rasgo a camisa em vários pedaços
Não me importa mais estética alguma
A menina bonita tem errado os tiros
E agora os likes só lhe sabem ferir
Até que somente os ossos existam
O fogo acendeu, o fogo apagou, acendeu
Dança da chuva não posso mais fazer
Falta-me um penacho adequado
E minha voz para os gritos se silenciou
A visão mística dos seus pelos pubianos
Me fez lembrar aquelas velhas revistas
Com a cumplicidade solitária de banheiros
O capim agora cresce tranquilo no jardim
Entre outras ervas que não conheço
É a guerra, não é, é, não é, é, não é
Enquanto os burgueses limpam os óculos
E os meninos vendem balas pelos sinais
Tudo corre normalmente anormal
E nem eu sei mais o que acontece comigo
Nem uma vela para a alma de Pessoa adianta
Está tudo abafado como sempre esteve
E os meus dedos são apenas desobedientes
Como tudo o mais que encontrarei
Foi estrela, foi, não foi, foi, não foi,
O cachorro pequinês foi enterrado no quintal...
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