Mandem-me notícias logo!
Se a alegria retornou para a praça,
Se os brinquedos foram espalhados pelo chão,
Se os meninos sorriram novamente,
Se há dança e canto e ternura,
Se o contentamento por fim chegou...
Quero saber, estou ansioso,
Me digam se a poesia acabou de voltar,
Se a rosa finalmente se abriu,
Se as folhas continuam verdes,
A mentira escondeu o rosto com vergonha,
Se os homens se tornaram mais humanos...
Mandem-me notícias logo!...
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Acabo de inventar uma nova invenção
Fiquemos em volta da fogueira
Contando histórias sem propósito
(Escolhidas bem ao acaso...)
Até que a noite vá avançando
E o sono venha sem percebermos
Fazendo pesar nossos olhos...
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Eu tenho um quê e nem sei o porquê
De chorar em todas possíveis opções
Guardo em mim a dúvida e a certeza
Coloco na gaveta a alegria e a dor
Odeio essa dicotomia tão inútil
Mas não há mais nada o que fazer
Se sou ao mesmo tempo céu e abismo?
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Eu esperava tremulamente
Algumas boas notícias vindas de longe
Algumas linhas que pudessem sorrir para mim
O fim de todas as preocupações
Que me fazem apenas mais um desesperado
Mas não será hoje e nem será agora
Hoje deve ser a folga do carteiro
E acabaram nem sequer me contando...
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Tenha sobretudo certo cuidado
Os opostos sempre acabam se atraindo
Não coloque a bondade feito máscara
As máscaras sempre acabam caindo
Não diga nunca que não tem culpa
Qual de nós afinal não tem um pouco?
A pior de todas as doenças é a apatia
Esse é o pior mal do nosso século
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Eu não farei doze trabalhos
nem tenho pretensões alguma de fazê-los
Esqueço tudo o que existe
num simples piscar de olhos
Prefiro brancas nuvens ao longe
do que margaridas já mortas no ontem
Eu sou aquele que encena tolas paixões
como maus atores em gregas tragédias
Minha plateia agora delira
enquanto divago pesadelos já passados
Não sei se tenho alguma febre
ou apenas achei que estava com alguma
Eu só queria mesmo era colher rosas
e enfeitar esses teus cabelos...
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Deixa esse meu demônio quieto
Que ele continue seu pesado sono
Por todas as possíveis eternidades
Não o convide para festim nenhum
Não lhe peça que faça suas tentações
Não faça que ele abra suas asas
E sobrevoe esta cidade tão triste
Ele foi dormir tarde noite passada
E seu sono não foi dos melhores
Ele ouvia em atento e solene
Os gritos do meu silêncio
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