segunda-feira, 7 de março de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 138

 

É um jogo, apenas isso, um jogo. Onde somos peças que são descartadas com o passar do tempo. As peças de dominó que derrubam umas às outros no passar do tempo. Não me peça explicações ou conselhos, eu sou apenas um velho teimoso com ares de menino que há de ser sempre. As bolhas de sabão flutuam pelo ar, até que elas estourem, veja suas cores e se maravilhe. Todo parto é difícil e doloroso. Todo amor simplesmente complicado.


...............................................................................................................


Mesmo que queira, não quero. Todo encanto queima como lenha, o calor vai embora e a fumaça sobe. Mesmo que ame, não amo mais. O doce acaba ficando amargo depois de certo tempo decorrido. Sinto a dor e faço tudo para esquecê-la. Só a mágoa permanece. Tome cuidado, não desperte meu demônio. Ele sente muito sono, mas acorda sempre de muito mau-humor.


...............................................................................................................


Aquele ali, sou eu. Permaneço em absoluto silêncio, mesmo nada mais esperando. Toda corrente pode ser quebrada, se o desejo se extingue. O vento me ajuda levando as folhas que morreram para o mais longe possível. O esquecimento é o que mais posso querer. Eu escolho palavras para não confundir-me com detalhes dispensáveis. Eu ensaio os passos de uma estranha dança, assim como os pássaros ensaiam seus arriscados voos. Em minhas mãos cabe todo um universo que chamo meu. 


...............................................................................................................


O que eu sonhava, era como uma rede. As armadilhas foram espalhadas em cada passo que me atrevo dar. A realidade é um sonho que não deu muito certo. A mentira é a verdade que se perdeu pelo caminho. A tristeza é a alegria que não quis ficar parada. Eu solto as minhas fantasias como quem abre as gaiolas numa manhã solene de simplicidade. Quem tem aí a resposta para uma pergunta que ainda não fiz?


...............................................................................................................


Ela olhou-me como uma máquina parada que não funciona mais. Não me importo. Minha rudeza me ensinou os abrigos mais eficazes e as estratégias que possuem mais êxito. Eu escapo dos tiros, não importa de onde venham. Todos os cortes que sofro serão sarados um dia. Ela riu da minha cara como quem escuta uma piada rápida. Não me importo. Sou o palhaço deste imenso circo onde eu mesmo controlo todo o riso existente. Posso ser mau e bom ao mesmo tempo. 


...............................................................................................................


A cantora cantava e esperava as palmas do público. Que todos ficassem de pé e a aplaudissem até suas mãos doessem e seus braços cansassem. Ela queria centenas de brilhos de olhos e sorrisos cheios de admiração. Mas nem sempre isso acontece. Vaias também fazem parte de qualquer roteiro.


...............................................................................................................


Meu tédio cansou-se de si mesmo. Minha dúvida engoliu doses de certeza suicida. Fecharei meus olhos para não mais me ver e meus ouvidos para não mais me ouvir. Eu sou o mar calmo ande habitam grandes serpentes. A obra de arte inacabada que o autor desistiu. A borboleta que se afastou das flores. Nada é mais solene que o silêncio que eu acabei me dando sem recompensa alguma.


...............................................................................................................

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...