Ela vai chorar na minha sepultura,
vai sim, vai chorar,
vai chorar sobre meus ossos,
até não mais aguentar,
até molhar o caixão,
com se fosse voar,
até perder a razão
e não fosse encontrar...
..............................................................................................................
Uma sombra e uma só
Seguindo meus passos
fora do compasso
Que pena e que dó
Não vai chover mais
Nem vai fazer sol
Eu tenho saudade
Do tempo sem idade
Como eu tenho - lol...
...............................................................................................................
Vendem-se pontes
Para os que ainda possuem esperança
Alguma por menor que seja
Abrigos de certa ternura
Para os que ainda possuem coração
Um ninho um lar
Tudo que possa haver de mais belo
Proteção para as chuvas fortes
E para os ventos sem compaixão
Vendem-se pontes
Como aquelas pintadas
Em antigas gravuras
Em antigas salas
...............................................................................................................
A velha escola...
O velho pátio agora abandonado
Onde as plantas invadiram
E fizeram uma insólita quase floresta...
Salas vazias e desoladas
Onde só a poeira do tempo
Acaba fazendo alguma coisa...
Minha tristeza acaba trazendo
Um choro que não é choro
E é tão difícil de entender...
Um dia passos apressados
Percorreram aqueles antigos corredores
Mas tudo se desfez apenas em sombras...
...............................................................................................................
Apenas mais uma figura...
Poderia ter sido uma figurinha
Daquelas de álbum
Mas acaba não sendo...
Sua cor também há de desbotar
Como todas as outras...
O tempo certamente vai passar...
E nem saberemos se a morte já veio
Ou quando ela há de chegar...
Tudo é apenas uma cor só
O cinza de várias cinzas
Nem todas elas pós-carnaval...
Eram bonitas sim...
E um dia emprestaram sua nudez
Para um prazer inexistente...
...............................................................................................................
Haveriam dias maiores do que estes?
O sol virou as costas e ainda não voltou
Um vento quase gelado invade a janela
Se aqui houvessem cortinas
Elas balançariam num ritmo mórbido
Mórbido, mas quase tranquilo
Onde estou agora mesmo?
Trago em mim uma saudade
De algo que nunca aconteceu...
...............................................................................................................
Faço versos sem sentido aparente
Com a rudeza de um desmazelo
De quem não se apressa para a morte
Acordei já faze algumas eras
Mesmo que sejam minutos mal contados
Posso me lembrar de tudo ou nada
Depende dos suspiros que acabei de dar...
...............................................................................................................
Nenhum comentário:
Postar um comentário