sexta-feira, 25 de março de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 151

Todos os gatos, 

todos eles,

eles todos...

Numa conjunção perfeita 

de muros e telhados...

Sol muito 

e algum vento feito acalanto...

Eu quase durmo também...


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O sol roda e roda,

é como roda de bike,

as estrelas o imitam,

mas com certa timidez

e reclamam da culpa da lua...

O girassol gira e gira,

é um perfeito cavalheiro,

as margaridas choram,

pois são amarelas

sem terem tanto ouro...


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Talvez em outra vida eu sangre menos,

Mude algo ou até tudo,

Só não sei quando...

Talvez em outros céus eu canse menos,

O azul seja bem mais,

Não haja arrependimento...

Talvez em outros caminhos seja menos ferido,

Algumas pedras faltem,

O sol castigue menos...

Talvez outros mares tenham menos mistérios,

E a profundidade de suas águas

Causem menos pesadelos...


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Só o faraó tem alma

Só o faraó tem calma

Só o faraó tem trauma

Quem tem fome não descansa

Quem falou em esperança?

Só quem vive apressa

Só quem vive começa

Só quem vive tropeça

Quem sonha acaba acordando

Ainda estamos esperando?


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Falta tipo uma certa paciência, entende? Já me disseram muito que nem entendo. Rio sempre do que é sério. Tudo é selva, tenho mais que certeza disso. Se der bobeira, um engole o outro. Nem dá tempo de colocar sal. A fama é tudo! Nem que se seja o buraco da formiga no dique. Eu já ouvi falar nisso... Ou será que não? É tanto troço na cabeça que às vezes dói, às vezes até não. A gente faz de conta que tudo vai bem, até o mal. Sou de raça ruim mesmo, qualquer outro também. Depois do berço acabou tudinho. Aí começam as filas, até de esperança tem. Fazem promessas dia sim, outro também. Mas tem muitas palmas pras catástrofes e os desastres idem. Nada fica de fora, só morador de rua. Falta tipo uma certa paciência, entende? Já basta a que o celular me pede. Som fora de moda e livro, nem pensar. Sei falar "ingrês" muito bem...


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Tem venenos para todos,

não precisa furar a fila,

tem para todos, todos mesmo,

para todos os gostos 

e para todos os bolsos...

Alguns bem rápidos,

outros mais lentos,

uns de morte dolorosa,

outros imperceptíveis...

Podem escolher, senhores!

Um aqui para o freguês,

outro aqui para nossa freguesa...

Vai levar quantos, meu jovem?...


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Imperceptível

(eis a palavra certa

para certos amores)

Esses são os piores

Os que acabam doendo mais

Chegam sem serem notados

e aí estão

O espinho foi pisado

entrando na carne totalmente

E aí sim foi sentido

(talvez até visto)

e era tarde...


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