domingo, 6 de março de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 137

 

Tenho certeza que certamente a certeza um dia virá. Sem enfeites, paetês ou lantejoulas, nenhuma fantasia, velha ou nova. Será num dia qualquer, sem muito sol e sem muita chuva, sem estar calor demais e nem frio excessivo. Não será alegre, nem triste, não trará desculpas e nem inocência alguma. Nem doce e nem amarga, sem sal ou ainda, gosto algum que eu conheça. Não sentirei medo e nem euforia, não ficarei parado ou sairei correndo, apenas estarei. Não me conformarei e nem haverá em mim revolta alguma. Apenas talvez um pouco de esperança por algo que possa continuar...


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Milhões de estrelas agarradas

em minha capa azul de céu tranquilo, 

algumas nuvens que possam dar 

algum capricho bem sincero...

Ah! Eu quero o doce repouso

dos poetas que sobraram versos...


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Um ou outro, isso pouco me importa. Tudo possui o mesmo ritmo, não há azuis diferentes, todos os risos são irmãos e as dores são da mesma família. O silêncio é a forma mais sofisticada de barulho, as mágicas são mais comuns do que se possa imaginar. Olho com atenção as águas de qualquer rio, trazem-me enigmas que até os mais sábios nunca imaginaram...


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Doce porto desconhecido

onde todos os barcos atracam,

tudo ou nada, 

apenas importa o desafio

que pode ser de espadas

ou numa canção que venha nova...


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O cego distribuía moedas aos pequenos sujos que estavam em torno de si. Não sabia quem eram, mas isso pouco importa. O barulho da feira nada importava em sua escuridão particular. Via outros mundos mais bonitos do que aquele que apenas ouvia falar. Não importa se cada tostão vai embora, ficou pelo menos uma amostra de sua felicidade. Eis a cena mais lindo que se possa conceber: um cego dando suas esmolas aos pobres meninos...


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Fui menino um dia,

o menor da fila,

o mais assustado,

o que via nuvens

e as queria,

o que pediu

uma vara de condão

para suas mágicas,

a mágica das flores

e das borboletas,

dos pequenos bichos

que foram embora...


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Os bobos andando em bando pelas ruas, esperando uma saída estratégica para o caos que não conheciam. É manhã, quase noite com requintes de tarde. Bebem o próprio sangue e ainda assim possuem sede extrema. Como tudo é tão normal e estranho, as marcas estão registradas. Vide bula, não sabemos em que língua está. Todos os enigmas são tão claros...


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