Grandes decisões, pequenas coisas, os muros se desmoronando por causa de infames bombas, infames motivos, motivos nenhuns. O tempo chorando por seu mau uso, o que os homens não param de fazer, isso desde as cavernas, dos primeiros rabiscos nas paredes. Juntam-se todos os males num só, mesmo com o nome e o rosto que use, mais abjeto dos abjetos - guerra...
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A parede cai
a maré vai
o barco encalha
o tempo acaba com o barco
a paisagem se modifica
Haverão lembranças?
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Eu sou um universo em movimento, um caos de segundos que se degladiam. Uma explosão de estrelas que deixaram de existir, mas que ainda existem. Não me faça perguntam, eu as responderei, mesmo que desconheça as respostas. Sou todas as lembranças possíveis, sobretudo as mortas. Esquecimento é quase o meu nome, apesar de ter todos os outros.
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Abelhas pousadas em flores
as borboletas também
era um tempo que haviam guerras
mas eu não as conhecia
a tristeza que eu conhecia
era somente a minha
era melhor ter continuado
a ser o menino que eu era...
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O carnaval já acabou, como acabaram muitos e outros também acabarão. Assim como os carnavais, vão os sonhos, vão como rios que não param. Nosso choro de nada adianta, não adiantam reclamações, a vida é assim mesmo. Uma eterna vinda e ida de tantos carnavais...
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O som congelou no ar,
os pares estão imobilizados,
tudo parece uma fotografia,
mas não é...
São as lembranças
em minha mente quase doente
que procura esperanças...
Mesmo que estejam esquecidas
já me machucaram
e ainda machucarão mais...
O amor foi embora,
não costuma se despedir,
parece que é tão bom,
mas não é...
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Tenho muitas indagações
que me perseguem a todo momento,
se fosse um louco,
elas seriam vozes,
se fosse um santo,
elas seriam visões,
mas como poeta que sou
são apenas versos
que me afligem dias intermináveis...
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