terça-feira, 15 de março de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 145

Eu até finjo que é festa

esqueço todos os códigos

desprezo todas as evidências

ignoro quaisquer sinais

Se há de haver um bobo nesta corte

pode ser que seja eu

Eu dei um tiro para o alto

e quase chamei atenção

Eu pulei a fogueira

como um gato assustado...


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 Eu garanto que não garanto nada

juro que é maior das mentiras

esqueci qual era a pergunta

e agora a resposta pouco me importa

O gênio não atende mais três desejos

Posso fazer um pelo menos?

Que todos os muros da maldade desabem...


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Deveria estar escrito na parede de todos os puteiros:

- Atenção, senhores clientes,

se vieram procurar aqui a felicidade, desistam.

Aqui só existem histórias nem tristes e nem alegres,

apenas histórias, só isso...


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Ela me olhava com aquela cara de puta que ela é, eu a olhava com a cara de inocente que não sou. Se um dia prestamos, esse dia já vai bem longe num tempo já mais do que morto. Não nos preocupemos com isso, somos o que somos. Não é questão de pedir algum perdão ou não, isto não existe. A lâmina já cortou, mesmo fechando, o corte ainda o será. A questão é outra, você sabe? Se restou algum amor ou até se ele existiu ou não...


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Eu sou o protagonista de uma grande farsa

(Aliás, tenho certeza que todos nós somos...)...

Acabam invertidos todos os papéis da trama...

De quem foi realmente a culpa de tudo?

Sentem o relógio no banco dos réus!

Ao nascer do dia já contamos várias mentiras...

Com um cigarro na boca já penso no próximo.

Com uma lágrima escorrendo prevejo a seguinte.

Nunca fomos tão iguais em nossa desorientação,

Pode ter certeza do que eu falo...

Eu sou o protagonista de uma tragédia que não é grega

(Mesmo que fosse, acabaria dando na mesma...)...


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Trate suas feridas com todo o carinho

Elas poderão lhe dizer o que mais nada diz

Se não fossem elas a cegueira continuaria

E só depois da fatalidade a luz se acenderia

Trate suas paixões com todo o respeito

Nem sempre as feras querem nos atacar

Nunca pise na cauda do leão que dorme

O seu despertar pode ser o pior possível

Trate seu sonho com o máximo cuidado

Ele guarda sua lâmina bem escondida

Os sonhos podem ser bondosos ou malvados

Mas isso nunca podemos afirmar com certeza...


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Eu nunca terei certeza do que quero

Se mergulharei no rio ou se morrerei de sede

Cansei de perguntar ao espelho o tempo todo

Enquanto só posso observar seu encanto mudo

Se me escondo sob a terra ou fujo pelos céus

Todo encanto acaba morrendo sem piedade

Fecha seus olhos e finge que está dormindo

Eu nunca terei certeza do que eu quero...


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Poesia Gráfica LXXXVI

T U A T R A N Ç A T O D A D A N Ç A T U D O A L C A N Ç A F E R O Z E M A N S A ...............................................................