Trago em mim a certeza
de um computador doméstico
e de skates em manutenção...
Sinto o sagrado invadindo veias
mas não tenho a ideia mais vaga
se elas podem ser minhas...
A pobre mariposa sobrevoou
em círculos em volta da lâmpada
e como capoeira deu um salto mortal...
Tremo de frio dentro do fogo
enquanto os meus substantivos
se degladiam com meus adjetivos...
Tudo acaba numa lista
de diversas proibições chatas:
uma delas é apenas respirar...
O mundo tem vivido de pernas
e acabaram se esquecendo
da necessidade de mãos e pés...
Por favor, pode encher o tanque!
Eu sou participante da boçalidade
dos que compram ideias e esperanças...
Todos os metais vão enferrujar
mas principalmente aqueles
que chamamos de inoxidáveis...
Preciso e quero dentes possíveis
para uma eternidade passageira
tão simples como a água que afoga...
Há várias placas avisando do perigo
mas nenhuma delas nos avisam
o que faremos para nos salvarmos...
Estamos com metáforas em demasia
mas a realidade foge sob nós
o chão que nos falta quase sempre...
Velhos discos vendidos nas calçadas
acabam nos mostrando sempre
que nada sobrevive ao uso...
Façamos mais um brinde e outro
até que esqueçamos o que somos
como fosse uma grande vantagem...
Trago em mim a certeza
que só os incertos conseguem trazer
entre tantos mortos conceitos...
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