sexta-feira, 4 de março de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 134

Tudo é tão pequeno

mesmo quando pareça o inverso.

A fragilidade das coisas

acaba mostrando 

o seu verdadeiro tamanho...

A maldade é um simples detalhe

os assassinos também morrem...

A tristeza também acompanha

os que fazem chorar...


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Que me dera

conhecer todos os pássaros que voam,

saber quem são os peixinhos do mar,

chamar cada nuvem por seu nome próprio,

dar bom-dia para cada pedra com familiaridade,

não ser mais o estranho que sou,

na maioria das vezes para eu mesmo,

quem me dera...


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Aqui tem poesia,

mesmo que sejam palavra óbvias

sem mérito algum,

mesmo que a mesmice do desespero

façam enjoativas construções,

mesmo que não haja valor algum

feito uma frase de parede sem sentido,

mesmo que nem o autor queira

saber dela depois de feita,

o tempo se encarrega de cada eternidade...


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Sinto certa inveja 

de certas tristezas menores que as minhas,

dores que são lancinantes

que consegue atravessar mais tempestades.

A minha coragem já nasceu morta

e os meus sonhos decidiram ir embora

antes mesmo de chegarem.

Sinto inveja dos loucos

que nada percebem em sua volta

e por isso não precisam

de explicação alguma para nada...


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O começo do fim ou o fim do começo,

agora tanto faz pois esse tempo é muito pouco...

Quero abrir a jaula dos leões

e deixá-los correr sob a luz da tarde,

não conheço mais nenhum perigo...

Quero um par de asas de metal

e como um moderno Ícaro 

ir além até que nada mais reste...

Quero passear pelas madrugadas

desta minha cidade perdida,

os outros é que terão medo de mim...

O começo do fim ou o fim do começo,

agora tanto faz pois esse tempo é muito pouco...


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Estou farto de dogmas e de regras,

o menino malcriado está de volta

das profundidades de um tempo

que eu mesmo pensei não voltar mais...

Carrego comigo o estigma da maldição

como quem mandou tatuar uma blasfêmia...

Nada é tão bom que tenha de ser chorado,

nada é tão mau que não sintamos sua falta,

o relógio funciona mesmo cansado...


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O vento parou...!

O que será que aconteceu?

Sufoca em mim esse tempo

que mesmo assim eu gosto...

Decidiu ir para outras terras?

Fez a curva e gostou mais de lá?

Quis pregar uma peça

como há muito não fazia?

O vento parou...!

Acho que foi o velho ventilador

que afinal adormeceu...


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