Histórias todas sem sentido
e uma banalidade quase como sempre
meus sonhos não são exatamente sonhos
são alucinações de um embriagado
que não bebeu um gole sequer...
A minha tristeza manca em largos passos
e o tempo não voltará nunca atrás...
Os sábios olham distraidamente vitrines
enquanto lhes carece pena aos tolos...
Eis aqui como sempre e mais sempre
o menino que brincava com seu boneco
o bravo cowboy de camisa azul
que aponta seu revólver que nunca atirou
no alto de seu cavalo que nunca andou...
Toda poesia é apenas um lugar-comum
aplaudida por milhares de cegos...
Toda respiração não passa da agonia
dos náufragos que ainda não se afogaram...
Eu acordo mais cedo todos os dias
preocupado em não fazer nada mais tempo
enquanto meu tédio dá porrada em minha cara
e eu fico tentando justificar em vão
tantas atrocidades que acabam afligindo a alma...
A traça acabou comendo a seda
e fez isso com toda a educação possível...
Espero que o repente tenha alguma pena de mim
e deixem que me façam um epitáfio bem legal...
Nesse exato momento não sei o momento exato
relógios agora acabam me apavorando
sei que haja algum motivo válido para tal façanha
eu não prestei atenção nas alturas que subi ou não
e nem me distrai com as velas que derretem...
Os dois meninos não lembram mais do beijo
a vida não sabe fazer a sua lição de casa...
Carrego minha atroz e desesperada dúvida
se o que me sobrevoa são drones ou mosquitos...
Alguns carros devem ter enlouquecido agora
enquanto a solenidade acorda de susto
hoje é mais mediocridade para ser feita
enquanto milhões de barrigas roncam de fome
e algumas bocas vomitam por seus excesso...
O sal de qualquer lágrima chorada até então
gosta de desenhar rios nos rostos dos tristes...
Ninguém é culpado por sua alegria
até que seja provado o contrário...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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