sexta-feira, 11 de março de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 143

Só um só girassol, 

girando e apontando pra sol.

Que lindo!

Fale-me dos dias

que ainda virão,

mesmo que não os veja...

Fale de nuvens e de coisas

que só você pode ver...

Ver aí do seu canto,

parado, mas girando

e executando a dança do dia!


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Eu evito olhar a tristeza,

mas como isso é em vão...

Aonde meus olhos mirem,

ela está por lá...

Nas guerras inúteis,

na violência gratuita,

na pobreza provocada,

nos governos injustos,

no desespero de muitos...

Eu evito olhar a tristeza,

ser mais um cidadão apático...

Mas aonde meus olhos mirem,

ela está por lá...


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É só um retalho...

Jogado num monte de entulhos na rua...

Será mais do que isso?

Talvez seja e ninguém mais verá...

Quantos sonhos presenciou,

a importância que teve um dia,

o que testemunhou e já passou...

O nada agora lhe acompanha,

junto à outras recordações tristes

que também foram jogadas fora...

É só um retalho...

Assim como eu...


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Em caso de dúvida, saia correndo,

não espere ela te atingir,

te jogar de cara no chão 

e começar a te chutar...

Ao sinal do menor perigo, pule a janela,

cai de pé feito um gato

e já saia correndo...

Não se importo com os vizinhos

e nem quem presenciar essa cena...

O mais vital é sobreviver, 

sair sem um pedaço da alma...

Se ao sair correndo cai e ralar os joelhos,

não ligue para isso,

já aconteceu inúmeras vezes

quando você era menino

e o ardor não lhe matou...

Fuja, mas fuja logo,

se coloque longe e à salvo...

Muito cuidado, as paixões matam...


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Ontem era hoje 

e hoje era amanhã, 

o tempo no seu afã...

Ontem era feliz

e hoje é triste,

como tudo que existe...

Ontem era bonito

e hoje está feio,

nem sei donde veio...


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Balada torta esta,

torta e torpe por assim dizer,

mal cantada,

mal amada,

quase pronta pra morrer...

Balada suja esta,

suja e mesquinha por assim dizer,

mal falada,

mal versada, 

quase pronta pra viver...

Balada vida...


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Perfeita imperfeição do amor

que paira feito anjo

acima do bem e do mal,

que desconhece limites

e debocha de qualquer filosofia...

Água calma de rio

e demônio furioso solto de suas correntes...

Que confunde os sábios 

e abriga os tolos de qualquer espécie...

Carro na contramão,

saudade feita em pedaços, 

disco voador pousado no meu quintal...

Perfeita imperfeição do amor,

que galopa entre nuvens

e não sente dor alguma...


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