Bravamente,
o fogo da vela resiste
até não poder mais
e assim mesmo morrendo
vai se apagando aos poucos...
Bravamente,
a linda dança do dia
esquece das horas
e saboreia cada pedaço
até que a noite chegue...
Bravamente,
a fogueira vai resistindo
enquanto as cinzas em torno
vão tecendo aos poucos
sua própria mortalha...
Bravamente,
minha ternura vai doendo
querendo conquistar
de forma definitiva
uma imortalidade que duvido...
Bravamente,
a barata e o rato se escondiam
valorizando a insignificância
da vida que levam
como todos os miseráveis...
Bravamente,
o menino que mora na rua
tenta a dignidade
que o própria sociedade
nunca vai lhe dar...
Bravamente,
o velho nutria esperanças
de que no fim
poderia ter um recomeço
que não vai ter...
Bravamente,
alguns muitos acham motivos
para uma alegria inexplicada
de horas tediosas
que só sabem machucar...
Bravamente,
o herói caiu do cavalo
e neste teatro constante
ainda fez de conta
que fazia parte do seu roteiro...
Bravamente,
só isso...
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