quinta-feira, 31 de março de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 153

Todo dia o dia todo

Cada segundo indo e vindo

Poucos versos ou muito versos

O meu destino rindo

Rindo de não sei quê 

Mas achando tudo lindo

Da água que cai

Ou da fumaça subindo

Do meu pesadelo

Ou do meu sonho infindo...


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Nem orei. Era ruim de decorar tudo, inclusive preces. Que cada passo meu seja uma delas, pedindo ao grande Desconhecido que conheço que, se as lágrimas do rosto do meninos não secarem, pelo menos diminuam mais um pouco. Que meu silêncio chegue aos Teus ouvidos... 


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Eu não marquei nada

Acredito que não precise

Cada ferida chegou

E mesmo que não doesse 

Pelo menos tanto

Foi ficando e ficando

Feito poeira que nem vemos...


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Ela não tinha culpa, muito menos eu. Ele não era adivinha e eu permanecia calado. É que tive medo, muito medo, não sabia o que poderia existir depois do não. Só não esquecerei nunca mais estes teus olhos, mesmo que a eternidade não exista.


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Riem os loucos

Silenciam-se os sábios

Pois acaba dando no mesmo

Os filósofos tentam

Explicar aos que são tolos

O grande baile está formado...


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Devolvam esta boneca para quem já perdeu a inocência, deem logo este carrinho para quem o tempo acabou acabando. O tempo nos tirou das mãos o que tínhamos de melhor. Se isto não for feito, ela virá fazer tal feito - a morte...


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Olho no relógio

a mágica mais feia de todas

a que trouxe minhas rugas

a que branqueou meus cabelos

que confirmou meu estrabismo

de olhos de azul roubado

todo o doce que eu tive

virou amargo azedo ou salgado

num inevitável fatalismo

Olho no relógio

como são malvados seus ponteiros...


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