domingo, 13 de março de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 144

Não me lembro...

Se algum dia venci a corrida,

Se a subida foi maior que a descida,

Se não me preocupei com comida,

Se minha derrota foi merecida,

Se a alegria estava apenas escondida,

Se para cada problema existia uma saída,

Se o meu sonho me deu guarida,

Se houve cura para toda e qualquer ferida,

Se a minha história não foi esquecida,

Se o que vivi pode ser chamado vida...

Não me lembro...


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Eu danço uma valsa imaginária

enquanto todos ficam rindo

do louco que sou

dançando em uma praça vazia

Não me importo com isso

Podem debochar à vontade

Não perceberam o que estou dançando?

Eu danço a dança da vida

Mesmo sem música ou par...


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Como fico confuso com a ambiguidade

de certos gestos um quê de enganosos!

O sol... Vejam o sol por exemplo,

depois de uma madrugada triste e medrosa

vem logo acendendo o dia...

Acendeu mesmo? Será?

Ou talvez ajudou a montar o cenário

para as infelicidades marcadas para hoje?


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Praia tudo

Mar absoluto

Em que mergulho minh'alma como quem divaga

Como em noites profundas de algum naufrágio

Noites inesquecíveis onde milhões de luzes haviam

Eu me perco num cancioneiro de tantas lembranças

Não há nada mais a fazer do que me lembrar

Eu acabo sendo um dos seres marinhos

Ou até a totalidade de todas essas minhas águas

Praia recordar

Mar de chorar...


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O poema me engole

sem ao menos me mastigar

Com uma voracidade incomparável

Sou apenas um viajante com pressa

descendo em sua garganta...

Um bocado pego ao acaso

no grande prato que faz o dia...

O poema me engole

sem ao menos ver o tempero

É quase inevitável que surjam

Sou a pressa transformada em calma

esperando ou não o final...

O poema me engole...


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Perfeição mais que imperfeita

Meu amor uma quase febre maleita

De dias sombrios e agora rasgados

Mais do que perfeitos - encantados

Do que ninguém via, só eu via

A luz que a minha noite acendia

Eterna noite que não mais entendo

Que só poderia saber somente vendo

Imperfeição mais que perfeita

Meu  amor uma quase febre maleita...


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Não sorrir não me importa mais

Chorar já me cansei também não vou

Deixe-me aqui sozinho no velho canto

Olhando para o teto que fica calado

Enquanto imagino milhões de estrelas

Num céu noturno que me dá medo...


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