quarta-feira, 9 de março de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 141

Certo, mas errado. A preservação da espécie como meta principal, mesmo quando isso represente mediocridade. Quando sobreviver é o menos necessário. E tateamos cegamente em linha reta ao anonimato que de nada valeu. Certo, porém errado. A crueldade como tática de jogo, mesmo que isso seja desonesto. Quando ter não é mais importante do que ser. E erramos e alardeamos nosso erro como isso fizesse parte de uma normalidade que não é e nem nunca foi. Certo, entretanto errado. Uma diferença de uma letra muda todo significado possível e nem notamos. O amoral não é imoral, mas também suja paredes e muros. Os brinquedos caem no chão e quebram. Certo, todavia errado. Ser um idiota agora é plano de carreira, ser um imbecil é um belo predicado. Com mãos sujas o alimento vai até a boca enquanto temos pressa de não ter pressa alguma. Certo, contudo errado. A inversão agora está na moda, sem sombra de dúvida alguma. Erramos voluntariamente, é comum na nossa espécie. Querendo esfriar o sol, é o nosso sonho. Certo, mas errado...


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Gostaria de ser o mais simples possível, mas isso é bem complicado. Preciso de inutilidades, as mais úteis possíveis. Somos novos emojis que sairão logo de moda. Nenhum sentido faz tanta falta como o bom-senso. Não fale gritando comigo, minha delicadeza sempre foi rude e posso estranhar eu mesmo. Deveria dar bom dia ao espelho, mas acabo evitando-o como um bicho arisco que foge. Gostaria de ser o mais calmo possível, mas isso me deixa nervoso. Nem sempre os mares são o que são, é preocupante. Vejo fins no começo, mas nem sempre o vice-versa funciona. Faltou combustível, o tanque está vazio como muitas almas que frequentam multidões. O calor vai derretendo semblantes como se fossem velas...


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Li num muro num dia desses que nem me lembro mais qual foi: "Se eu pudesse te amar, te amaria mil vezes de novo". Interessante como gostamos tanto de algumas impossibilidades mesmo quando temos certeza disso...


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Eu sei mentir, muito bem. Falo do que passou como se fosse a melhor época do mundo, mas não era. Toda cena tem o seu insólito, mesmo parecendo o mais comum. Os medos são como árvores que crescem com o passar dos anos. Só não há machados suficientes para derrubá-las. Sua sombra pode servir de algum modo. São certos cuidados, que não olhamos quais pedras no caminho...


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A feira, a fera, 

interminável espera. 

Sem silêncio,

o feirante grita,

como me irrita...

O sol, o sol queima,

a vida é uma teima.

Eu ando, não noto,

cadê o controle remoto?


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 O sol aceso,

minhas eternas divagações,

em pensamentos que nem eu penso,

talvez não ser seja uma opção

como qualquer outra

que exista por aí...

De todas as habilidades,

minha tristeza supera todas,

não desejaria a solidão,

mas ela necessária se faz...

O sol aceso,

apenas mais um lampião antigo...


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O rádio grita canções em outro idioma,

saber ou não saber o que falam

agora pouco me importam...

Algumas flores estão no pequeno jardim,

não consigo identificá-las

nunca fui algum botânico...

Muitas nuvens vagabundeiam pelos céus,

pode parecer mentira,

mas conheço cada uma delas pelo nome...


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