Fábrica de loucos. Tic-tac. O mágico fez uma mágica de araque. Bater cartão de ponto é importante. Faça com o gosto seu almirante. Pesadelo um, pesadelo dois... Pesadelo agora, pesadelo depois... Tá tudo fora do lugar. Mas quem vai reclamar. Cuspa no chão, mandrião. Peide bem alto, em contralto. Vamos dar um passeio? Ande na pista, bem no meio. É bem interessante, gosto bom, aspecto repugnante.
Fábrica de loucos. Tac-tic. Acabo de bolar mais um trambique. Talvez eu encha a barriga hoje pelo menos. Conseguir sobreviver é o que queremos. Honestidade é o de menos. Sem se importar com que não temos. Dança favela, dança asfalto. Polícia, ponha as mãos pro alto! Calçadas não são mais salas, são dormitórios. Qualquer cantim é um mictório. Upa, upa, cavalinho, não quero morrer sozinho...
Fábrica de loucos. Poc-Poc. Chicletes mascados em boca alheia. Vou ficar pelado na lua cheia. Seth preferiu a rua e os versos de Bandeira. Ai de nos, deu tremedeira. Os cartões fazem o que querem, os espinhos não mais nos ferem. Um réquiem coletivo é o que temos, nos obstáculos é que nos cremos. Sopro o dente-de-leão pelo ar, eu nunca provei do verbo amar...
Fábrica de loucos. Plic-Ploc. Sambo na macumba sem saber, agora usa cocar o Saci Pererê. O carnaval de ora em diante será mensal. Eu me esqueci? É o escambau! Eu sou até um bom moço, ainda mais se tem almoço. Café frio, café quente. Neste vazio perdi meus dentes. Mesmo matando sou inocente. Me dá uma ponta, eu tou normal. Mas sem afronta, já é carnaval...
Fábrica de loucos. Blau-Blau. Se não gosta, veja se engole. Como é que vai "seu" Gato Mole? Perdi a vida, peguei a Van, a própria morte é minha fã. Comi biscoito, tomei café. Não é mais um e nem é oito. Onde guardei a minha fé? Guardei aqui ou guardei ali. Tou passando mal, tive um piriri. Falo o que quero, não tou nem aí...
Fábrica de loucos. Piu-Piu. Sou filho do Cão, sou Napoleão. Não tenho mais febre, tenho congestão. Vou dar um passeio, já volto já. Eu parei no meio, mas foi sem parar. O Messias veio, tenho que pagar. Agora bato palmas pra 51, se foi algo um dia, hoje sou nenhum. Tou na Idade Média, lutei na Cruzada, me dê logo essa carne assada...
Fábrica de loucos. Fuc-Fuc. O bobo agora é o esperto. Não quero saber, saí de perto. O meu fracasso é um livro aberto. Pobre mosquito, pobre formiguinha. Acabaram de perder a sobrinha. Uma feliz garota que era maluquete. Não lembro o nome dela, mas isso não me compete. Só quero um chiclete. Um doce de amendoim. Dá logo pra mim...
Fábrica de loucos. Chic-Chic. Basta dar um chilique, rebolar o cu. Onde fica o Norte? Fica lá pro Sul. Não basta ser amarelo, tem que ser azul. Todas as rodas são de bicicleta, as de carro também. Precisamos refazer esse harém. Quase todos agora falam amém. Estive tão mal, estive tão bem...
Fábrica de loucos. Tic-Tac. Pra todo castigo todo corno é pouco...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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