sexta-feira, 4 de março de 2022

Querubine

De asas como madeixas

Não sei se te quero

Ou se me iludi com os truques do mágico

Vivo há mais de meio século

Ainda não me decidi

Sobre metrificados ou livres

Se me entristeço entre nuvens

Ou danço nas chamas...

De olhos feito predador

Não sei se resisto ou me jogo às feras

Se derrubo paredes com socos

Ou cabeceio a parede

Até cair no chão desacordado

Enquanto todos os passantes

Acabem achando que bebi demais

E deveria parar de beber...

De curvas de certeira ambiguidade

Simples engano estético

Não sei se me firo ou firo aos dois

Com um excesso de carícias

Que eu mesmo nunca tive

Com uma ternura inexistente

Minha mente agora 

É um pião rodando no chão...

De asas como madeixas

Não sei se te quero...


(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida.

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