terça-feira, 15 de março de 2022

Alguns Poemetos Sem Nome N° 146

 

Não sei donde vim

muito menos sei donde veio

essas manias que me acompanham

e que acho não irão embora antes de mim

são costumes que vieram junto com a solidão

e que devem fazer parte da minha habitual tristeza

mas que continuam continuam...


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Não há mistérios em lugares-comuns

eu até posso rir que sou de mistérios

e que mesmo assim continuarei

até o fim dos meus próprios tempos

nas noites solitários uivo pra lua

ou continuo soturno meus inúmeros voos


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O ridículo colabora fielmente

com todos os tolos

que lhe fazem uso constante

Nenhuma moda é boa

de forma suficiente

para conseguir sua imortalidade

As minhas febres são constantes

e respirar é mais difícil

do que adoecer do nada

O desastre é uma forma qualquer

de um grande espetáculo

que dispensa suas palmas...


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Evidências trazem mais dúvidas

do que certos mistérios que amedrontam

O tédio anda sempre armado

e seu revólver está pronto para atirar

O mais pobre é aquele que 

desconhece quem é a si próprio

Nada levaremos dessa vida

até os ares de burguês são extintos

Existem milhares de línguas

mas as do coração são mais eficientes

O meu sono é um rebelde

gritando aos meus ouvidos noturnamente

Perdi o meu dicionário

tentando formar belas frases de banheiro

Soldados vão marchando

como peças de um velho dominó...


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Violentas doses

que engolimos sem querer

enganos voluntários

na frente de uma tela

que nos cega

quanto mais vemos

acabei de receber

meu diploma de idiota

agora acredito

em mentiras piedosas...


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Não é uma droga

mas é...

Sem ela poderia viver

mas não vivo...

Poderia ter empatia

mas não tenho...

Ser um cara honesto

mas não sou...

Sonhar mais um pouco

mas não sonho...

Viver mais um pouco

mas não vivo...

Reconhecer o amor

mas não reconheço...

Não é uma droga

mas é...


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Preciso urgente

de um carro velho 

e de novas fantasias

ruas mansas

onde possa conhecer

todas as casas

Preciso urgente

de um beijo na boca

e de inocente malícia

alguém que diga

que me ama

mesmo que seja mentira...


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Poesia Gráfica LXXXVI

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